O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a dizer, na noite de quinta-feira (12), que comprará lotes da CoronaVac caso a vacina seja aprovada pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). No entanto, ele utilizou uma expressão racista ao chamar o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de “caboclo” e dizer que não aceitará pagar qualquer preço pelo imunizante.

Havendo a vacina comprovada pela Anvisa e pelo Ministério da Saúde, a gente vai fazer uma compra. Mas não é comprar no preço que um caboclo aí quer. Vamos querer a planilha de custos, uma série de garantias. A expressão “caboclo” é usada para designar os filhos mestiços de brancos e indígenas e carrega raízes segregacionistas.

O presidente também afirmou que só pretende adquirir a vacina, que é desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, caso a China também adote o imunizante. Ele chegou a comparar a vacinação local à compra de armamentos e reiterou ser contrário à obrigatoriedade da vacina.

Sei que não compete a mim isso aí, mas quero saber se esse país usou a vacina no seu pais. Igual armamento, quando se fabrica armamento em qualquer país do mundo, o país que quer comprar fala: ‘Seu Exército está usando esse armamento? Se está usando, sinal que é bom, então vamos comprar isso aí’. No que depender de mim, também, a vacina não será obrigatória.