Agência Brasil

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), disse nesta segunda-feira (14), que João Doria (PSDB), governador de São Paulo, usa a vacina contra Covi-19 para ter apoio nas eleições de 2022. Ele afirmou que estipular uma data de início para imunização é “atitude mesquinha”. A declaração ocorre depois de ter sido cogitada a ideia de criação de um consórcio entre prefeitos e governadores para financiar e distribuir a Coronavac – aposta do governador João Doria (PSDB) contra a Covid-19 e desenvolvida pelo instituto Butantan, ligada ao governo de SP.

“É uma atitude mesquinha dizer que começa dia 25 de janeiro, dizer que eu [falando como se estivesse no lugar de Doria] escolho os governadores e prefeitos para quem eu vou liberar a vacina se me apoiarem em 2022, aí eu libero a vacina. Isso é desumano, não sei quem fomentou isso na cabeça do governador João Doria”, disse Caiado, que é contra a vacinação separada por estados.

Caiado também afirmou que é preciso parar com a disputa entre governo federal e estado. “Essa divisão de Brasil com vacina e Brasil sem vacina, essa corrida maluca é que precisa ser dado um freio de arrumação imediato para que coloque ordem na casa, para que se diga que a Política Nacional de Imunização é federal, é do Ministério da Saúde. A distribuição será feita de acordo com os grupos de risco em cada um dos estados. Cada estado vai se incumbir de fazer a distribuição de acordo com as necessidades dos municípios”, disse.

Em 7 de dezembro, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que vacinação contra o coronovaríus no estado deve começar em 25 de janeiro de 2021 e será usada a CoronaVac, vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

Após o anúncio do plano, o governo do presidente Jair Bolsonaro se movimentou para comprar as vacinas produzidas pela Pfizer/BioNTech e chegou a prever um início da imunização já em dezembro — o que, no entanto, será muito improvável de ocorrer por causa do pedido tardio ao laboratório. A Pfizer disse que teria condições de fazer entregas em janeiro.

Governadores se dividiram entre os que apoiam a medida de Doria e já fecharam acordos de compra das doses e os que cobram do governo federal uma definição sobre o plano de vacinação. Na última semana, houve uma reunião entre representantes dos estados e o ministro Eduardo Pazuello, mas não houve a divulgação do calendário. Novas reuniões entre o titular do Ministério da Saúde e os governadores, divididos por regiões, devem acontecer nesta semana.

O governado de Goiás disse ainda que não é possível estipular uma data ainda mais pelo fato da CoronaVac ainda não ter liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Você não pode condicionar que um estado, por ser sede do maior laboratório, possa sinalizar que vai iniciar o seu plano de imunização no dia 25 de janeiro. Isso causou uma reação enorme, desgastando todos os outros 26 governadores, como se só um estivesse preocupado com a vacinação. Isto levou a um resultado extremamente danoso. A sociedade, que está ansiosa, ficou ainda mais ansiosa, acreditando que São Paulo e uma parte do Brasil têm direito à vacina e outra parte não”, afirmou o governador. G1