Foto: Alan Santos/PR

A leitura das cartas em defesa da democracia, nesta quinta-feira (11) em São Paulo, na Faculdade de Direito da USP, é um divisor de águas e um alerta para o presidente Jair Bolsonaro de que ficará isolado e perderá cada vez mais apoio se seguir nos ataques às urnas eletrônicas e às eleições deste ano no país.

A avaliação foi feita para o blog por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e aliados do presidente Bolsonaro no Centrão, no dia em que diversas entidades e figuras públicas participam do evento na USP de divulgação oficial dos manifestos em defesa da democracia, defendendo que as cartas são um documento apartidário e que une diversos setores do país.

Segundo ministros do Supremo, a expectativa é que, a partir da divulgação destas cartas, ficará claro que a sociedade civil e política não vai mais admitir, sem reação, os ataques do presidente Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro.

Um magistrado disse ao blog que a Justiça Eleitoral sai definitivamente do isolamento e quem caminha para esse rumo é o presidente da República.

Até o início do ano, ministros do STF reclamavam que estavam praticamente sozinhos na defesa do sistema eleitoral. Depois, eles ganharam o apoio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. E, agora, diversos setores da sociedade se unem e passam o recado de que não dá mais para aceitar em silêncio as ameaças ao Estado Democrático de Direito no país.

Entre os aliados de Bolsonaro no Centrão, a avaliação é que o principal responsável pelos atos que estão sendo realizados hoje, que ajudam a desgastar a imagem do presidente, é ele mesmo. E que esses atos só tendem a crescer se Bolsonaro seguir atacando as urnas eletrônicas.

“Esperamos que o presidente entenda o recado que está sendo dado hoje, de que ele precisa parar com esses ataques às urnas. Caso contrário, ele vai perder a eleição ainda no primeiro turno”, disse ao blog um líder do Centrão, que destaca como positivo o encontro realizado ontem entre Bolsonaro e o futuro presidente do TSE, Alexandre de Moraes.

Segundo ele, a ida de Bolsonaro ao TSE para a posse de Alexandre de Moraes pode marcar uma mudança no comportamento do presidente em relação à Justiça Eleitoral. Para isso, porém, os interlocutores do presidente dizem que ele precisa parar de ouvir seus assessores da ala radical, que sempre estimulam que ele parta para o ataque para agradar seus apoiadores de primeira hora. G1