Aloizio Mercadante é cotado para assumir o BNDES. A influência dele na área econômica frustra e preocupa setores da frente ampla que, durante a campanha, foram informados de que ele não teria espaço nem protagonismo na área.

Isso não tem se provado verdadeiro na transição: não só ele tem influência como participa das discussões de redesenho das pastas, como um Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) turbinado, Planejamento esvaziado e, pior, a possibilidade de assumir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) — o que assustou até a integrantes do Congresso.

A volta de Mercadante para núcleo de poder do governo é tratada como erro por parlamentares e lideranças do PT à oposição — exatamente por se tratar de um quadro simbólico do desastre econômico e político do governo Dilma. Nos bastidores, a indicação de Mercadante para um posto importante da área econômica foi apelidada de “operação Dilma 3” até por aliados de Lula.

Quem defende a nomeação de Mercadante, por outro lado, diz que é possível tê-lo no governo — como num banco público — sem que ele “mande” no governo, como fez no governo Dilma por um motivo: o governo é do Lula.

Para o Mdic, há dúvida: como o ministério ficou muito incorporado com o BNDES, a preocupação de setores econômicos é que Mercadante atue para colocar alguém de sua confiança na pasta — um petista da era Dilma, por exemplo.

Economistas ligados a Alckmin defendem o nome de um empresário para o Mdic. Já o economista Bernard Appy passou a ser um nome possível para o Ministério do Planejamento. Outro nome cotado para o cargo é o de Esther Duek, economista e professora da UFRJ, também para esta vaga. G1