Diego Vara/Agência Brasil

Na porta dos hospitais, gente que precisa de atendimento e não consegue entrar. Dentro, gente que quer atender, mas está de mãos atadas. A Covid-19 saturou o sistema de saúde das capitais brasileiras, e avança para o interior. Esta semana a corda que está esticada em quase todo o Brasil arrebentou na capital do Pará. Um passeio pelas ruas de Belém mostra unidades de saúde lotadas – estaduais, municipais e particulares.

O povo espera. A Covid-19 é pesada demais pra uma estrutura de saúde que sempre enfrentou fragilidades. Nesta segunda-feira (4), a Fiocruz vai divulgar uma pesquisa que aponta: 70% das unidades de saúde do interior do país já enfrentam o problema. Em Pernambuco a Covid-19 chegou no dia 13 de março. Em um mês e meio o sistema está próximo do colapso.

A taxa de ocupação nas UTIs do estado chegou a 98%. No serviço público e privado. No Rio de Janeiro, que tem um protocolo parecido para a escolha de pacientes, caso seja necessário, cenas de corpos acomodados em corredores do Hospital Municipal Lourenço Jorge marcaram a semana.

No domingo (26), o Fantástico exibiu um vídeo que, segundo o conselho regional de enfermagem do Ceará, mostrava um enfermeiro descansando no chão do hospital de campanha, no Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza. Esta semana a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que o vídeo foi gravado um dia antes da inauguração do hospital. E que os profissionais que aparecem na imagem são colaboradores que realizavam a limpeza do local.

No estado de São Paulo, nessa semana, foi registrada a menor taxa de isolamento até agora: 46%. Sendo que o ideal seria 70%. Tanto o governo, como a prefeitura da capital paulista anunciaram que vão reforçar as medidas de isolamento. Nos números divulgados neste domingo (3) pelo governo do estado, a taxa de ocupação dos leitos da grande São Paulo é de 87%. G1