O desperdício de água potável aumentou no Brasil pelo sexto ano seguido, apontam dados do Instituto Trata Brasil divulgados nesta segunda-feira e analisados pelo g1. Os dados apontam que, em 2015, 36,7% da água potável produzida no país foi perdida durante a distribuição. Já em 2021, o ano mais recente com os dados disponibilizados, o índice atingiu 40,3%.

Isso significa que, a cada 100 litros de água captada da natureza e tratada para se tornar potável, quase 40 litros se perdem por conta de vazamento nas redes, fraudes, “gatos”, erros de leitura dos hidrômetros e outros problemas.

Em 2021, 7,3 bilhões de metros cúbicos de água foram captados da natureza e foram tratados, mas acabaram não sendo faturados pelas empresas do setor por conta dos problemas citados acima. Esse volume equivale a:

  • Quase oito mil piscinas olímpicas de água tratada desperdiçadas diariamente;
  • Mais de sete vezes o volume do Sistema Cantareira, o maior conjunto de reservatórios do estado de São Paulo.

Desse total, 3,8 bilhões de m³ foram desperdiçados por meio de vazamentos (que podem ser visíveis, como canos estourados na rua, ou ocultos, por meio de perdas subterrâneas, nos encanamentos).

  • Essa quantidade de água seria suficiente para abastecer 67 milhões de brasileiros em um ano (ou pouco mais de 30% da população do país em 2021).
  • Esse número de pessoas é cerca de duas vezes mais alto que o total de pessoas que vive sem acesso à água potável no país, 33 milhões.
  • Ou seja, a redução das perdas de água implicaria na disponibilidade de mais recurso hídrico para a população que não tem acesso a esse serviço hoje, sem a necessidade de aumentar a captação de água na natureza.

Veja o ranking do desperdício por estado:

  1. Amapá: 74,8% da água produzida é perdida
  2. Acre: 74,4%
  3. Roraima: 64%
  4. Rondônia: 61,4%
  5. Maranhão: 59,2%
  6. Amazonas: 53%
  7. Rio Grande do Norte: 52,2%
  8. Mato Grosso: 48,4%
  9. Sergipe: 48,4%
  10. Alagoas: 47%
  11. Pernambuco: 46%
  12. Piauí: 45,3%
  13. Ceará: 45,2%
  14. Rio de Janeiro: 45%
  15. Rio Grande do Sul: 42%
  16. Bahia: 39,7%
  17. Espírito Santo: 38,8%
  18. Minas Gerais: 37,5%
  19. Pará: 37,4%
  20. Tocantins: 35,5%
  21. Paraíba: 35,4%
  22. Distrito Federal: 35,1%
  23. São Paulo: 34,5%
  24. Santa Catarina: 34,1%
  25. Paraná: 33,8%
  26. Mato Grosso do Sul: 33,4%
  27. Goiás: 28,5% G1