Após o prefeito da cidade de Queimadas afirmar que os cilindros de oxigênio usados no atendimento a pacientes com Covid-19 estão próximo de se esgotar, o diretor do Hospital Municipal de Cipó, Geovane Souza, revelou que o município, que fica a cerca de 230 quilômetros de Salvador, tem apenas dois cilindros de O2 e mais 14 emprestados.

“Nós temos dois cilindros nossos carregados, nós temos mais 14 emprestados de outros municípios. Costumo dizer que é uma situação catastrófica, ninguém espera o ponto que chegou a Covid-19 no Brasil, o jeito que está sendo, a necessidade grande que nós estamos enfrentando. Então é uma catástrofe”, disse Geovane Souza.

De acordo com Geovane Souza, um paciente com Covid-19 usa em média dois a três cilindros de oxigênio em 24 horas. A situação é ainda mais preocupante já que outras pessoas, que se internam por outras doenças, também necessitam do oxigênio.

“Nós temos pacientes de Covid-19, que usam em média dois a três cilindros em 24 horas, fora outros pacientes que não são de Covid, mas que também usam oxigênio como casos de pneumopatas, pacientes com problemas cardíacos, que usam oxigênio, e isso acaba pressionando ainda mais o sistema. É uma situação muito difícil, muito delicada mesmo”, contou.

O diretor da unidade municipal acredita que a falta de cilindros de oxigênio no município, que tem mais de 17 mil habitantes, não se deve a falta de preparação. “Ninguém espera que ocorresse uma catástrofe dessa magnitude. Nós, claro, estamos vivenciando um ‘boom’ muito grande da Covid-19 aqui na cidade, números que assustam”, disse Geovane Souza.

Segundo o gestor da unidade de saúde, quatro pessoas morreram com a doença nos últimos 10 dias. “Coisas que nós não tivemos durante toda a pandemia, nos preparamos, fizemos gripário específico para Covid-19, nós preparamos um leito específico no hospital, agora a demanda de oxigênio foi muito grande nos últimos 10 a 15 dias. Isso foi o que pressionou nosso sistema”.

Geovane Souza fez um apelo para que as pessoas parem de se aglomerar nas ruas. O diretor citou uma proporção matemática para explicar que quanto mais contaminados, mais pessoas vão precisar de oxigênio.

“É uma matemática básica: quanto mais contaminados, mais evoluem para forma grave, mais vão precisar de oxigênio. É uma conta de matemática básica, o recado que eu sempre deixo é: quanto menos pessoas se aglomeram, menos se contaminam, menos eu vou ter pacientes graves para usar oxigênio no município”, disse. O diretor do Hospital Municipal de Cipó também contou que o município vai fazer a compra de novos cilindros de oxigênio com novos fornecedores.

“Estamos reforçando, comprando em outros fornecedores, porque não só aqui, mas toda a região do sertão também está em uma situação muito delicada. Nós temos Tucano muito delicado, Ribeira do Pombal muito delicada, então não é só Cipó, a gente está precisando de outros fornecedores para nos ajudar”.

“Nós não temos leitos de UTI, nós temos um município muito pequeno, não conseguimos montar leitos de UTI. Nós temos ajuda de Ribeira do Pombal, que é muito próxima, de Tucano onde tem leito de UTI, em Antas que também abriu um leito para UTI de Convid-19, então tem muita ajuda nesse sentido. O gestor revelou também que, atualmente, a cidade tem dois pacientes internados em leitos de UTI. O primeiro em Salvador e o outro na cidade de Antas. G1