Agência Brasil

As medidas adotadas no mercado de trabalho em meio à pandemia do novo coronavírus, como demissões, suspensões de contratos ou cortes de jornada e de remuneração, já afetaram 53,5% das famílias brasileiras, segundo levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre FGV) entre os dias 2 e 13 de maio e obtido pela Folha. Entre elas, as mais pobres, com rendimentos até R$ 2.100, foram as mais atingidas pelo encerramento definitivo de contratos. Uma em cada cinco famílias foram afetadas por essa medida. Quando se considera todas as faixas de remuneração, quase 13% dos lares já tiveram ao menos um dos membros demitido. Entre as empresas, já houve corte de pessoal em cerca de 45% das que operam nos serviços e na construção, setores com mão de obra intensiva e geralmente de menor qualificação. O mesmo acontece em mais de um terço das atividades comerciais e em 25% das indústrias. Considerando os quatro segmentos, quase 40% já demitiram. Os dados divulgados são a prévia de uma pesquisa ainda mais abrangente realizada pela FGV, a ser divulgada no final do mês. O levantamento ouviu 1.300 consumidores e 2.528 empresas.