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Apesar da forte reação de partidos da base governista ao plano da cúpula petista de transformá-lo no candidato a prefeito de Salvador do grupo liderado pelo PT, o vice-governador do Estado, Geraldo Jr. (MDB), prossegue nas articulações para viabilizar sua candidatura, o que inclui a tentativa de escolha de um nome do petismo para vice em sua chapa.

Entre as opções para desempenhar o papel de companheiro de chapa de Geraldo Jr., vinham aparecendo os nomes do deputado estadual Robinson Almeida (PT), hoje pré-candidato à Prefeitura como ele e bastante resistente à ideia, e a secretária estadual de Assistência Social, Fabya Reis, com forte base social no interior do Estado.

No entanto, mais recentemente, quem passou a despontar como uma espécie de opção dos sonhos de Geraldo Jr. para a sua vice é a ex-primeira-dama do Estado, Fátima Mendonça. Carismática, querida e articulada, Fátima é vista no entorno do candidato do MDB como a escolha ideal para fortalecer sua chapa e eliminar as resistências do PT e dos demais partidos da base do governo ao seu nome.

Dada a relação de amizade que possui com o presidente Lula e a primeira-dama do país, Janja, não seria para ela difícil, por exemplo, incorporar os dois à campanha, levando a que Lula viesse à Bahia prestigiá-los e pedir votos para ambos, tipo de solicitação que o petista costuma avaliar com cuidado nas disputas municipais quando o cabeça da chapa não é do PT.

Como o vice-governador tem no senador e ex-governador Jaques Wagner o principal baluarte de sua candidatura no grupo, ele julga, inclusive, que poderia contar com sua ajuda para convencer a mulher a aceitar sua vice. Este Política Livre tentou checar se Fátima já é filiada ao PT, mas não obteve sucesso. Ela tem prazo, no entanto, para filiar-se, se precisar, sem infringir a lei eleitoral.

Desde que suas chances de concorrer à Prefeitura se tornaram concretas, Geraldo Jr. foi advertido de que deveria buscar escolher um vice do PT para que não fosse abandonado na campanha, como já aconteceu com outros candidatos à Prefeitura que foram lançados pelo grupo liderado pelo partido do governador Jerônimo Rodrigues (PT).

Ele teria ganho a simpatia da ex-primeira-dama do Estado quando se aproximou de Wagner buscando exatamente espaço para ser escolhido candidato à Prefeitura. Na época, cometeu o deslize de anunciar que tinha acesso ao casal e que eles se frequentavam em Salvador e no Litoral Norte, o que desagradou os dois.

Em seguida, um dos seus estratagemas foi lançar o nome de Fátima Mendonça para prefeita, levando em conta a simpatia que ela exala e os serviços prestados como primeira-dama, quando sentiu que a concorrência estava forte e havia uma grande tendência de, atendendo a pressões do ministro Rui Costa (Casa Civil), o PT escolher como candidato José Trindade, presidente da Conder.

Assim, pretendia agradar o senador para obter, em retribuição, apoio caso o cenário mudasse e voltasse a despontar como opção à Prefeitura, o que parece estar acontecendo neste momento. Na época, houve rumores de que Wagner não teria gostado da ideia por achar que expunha ele e a ex-primeira-dama. Política Livre