Em pelo menos três ocasiões, comandos militares envolvidos na missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ambiental se recusaram a acompanhar operações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) contra o garimpo ilegal na Amazônia. A explicação dada pelo Exército, segundo a comunicação oficial do Ibama, é que as ações do instituto poderiam “acarretar destruição de bens”.

A destruição de maquinário em operações do Ibama é autorizada pela legislação ambiental desde 1998, apesar de ser alvo de críticas de setores do agronegócio e de integrantes do governo Jair Bolsonaro. Em 23 de setembro o presidente assinou um decreto para autorizar uma operação de GLO, com o uso das Forças Armadas, para o combate a queimadas na Amazônia.

Segundo o documento oficial, em três situações o Exército se recusou a cooperar com fiscais do instituto durante o mês de setembro. Em duas das ocasiões, as operações do Ibama não ocorreram por conta da recusa.

Em outra, o Ibama foi a campo, sem o apoio do Exército, mas com ajuda da Polícia Federal. O ofício que relata os problemas do Ibama com o Exército foi enviado no dia 23 de setembro pela coordenação de operações de fiscalização do instituto a um superior diretamente ligada ao presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim.

O documento descreve ainda “a ausência de articulação entre as bases da GLO e a fiscalização do Ibama”. Segundo o arquivo, as Forças Armadas estariam também computando como resultados próprios ações do Ibama das quais não participou. G1