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O mercado de importação de armas para o Brasil teve números impressionantes em 2021, chegando a movimentar US$ 51,9 milhões, contra US$ 38,9 milhões no ano anterior. As informações foram levantadas pela BBC News Brasil, com base no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), do governo federal.

O valor registrado em 2021 é o maior da série histórica, que começa em 1997. A compra de fuzis, carabinas, metralhadoras e submetralhadoras teve um aumento de 574%. Em 2020, foram importadas 1.211 armas desse tipo. Já no ano passado, o número chegou a 8.160.

Em 2019, o presidente Jair Bolsonaro assinou uma série de decretos que facilitam a aquisição de fuzis. Cidadãos comuns que queriam ter uma arma do tipo precisavam ser cadastrados junto ao Exército como colecionadores, e só podiam acessar modelos com mais de 70 anos. Caçadores e atiradores registrados não poderiam ter acesso a esse tipo de armamento.

Com os decretos, porém, caçadores e atiradores também passaram a ter direito de adquirir fuzis. Além disso, o limite de quantidade de armas que essas pessoas podem ter também foram aumentados.

Caçadores e atiradores, que antes não poderiam nem ter fuzil, agora podem ter 15 e 30 unidades respectivamente. Os colecionadores, que antes só poderiam ter um fuzil de cada modelo, agora podem ter até cinco armas de cada modelo.

Somando todos os grupos de armas levantados pela BBC, foram importadas 140.559 armas de fogo em 2021 contra 119.335 no ano anterior. O crescimento foi superior a 17%.