Após dois supostos “recados” na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) para o governador Rui Costa (PT) por parte dos seus aliados, informações chegadas ao BNews, dão conta que a insatisfação não seria apenas por conta da “desatenção” dispensada pelo chefe do Executivo, mas ainda estaria relacionada ao critério de escolhas dos cargos da sua nova gestão.

Na segunda-feira (15), projetos do interesse do gestor não foram votados por falta de quórum no âmbito das comissões. Na lista dos ausentes estavam: Eduardo Salles (PP) e Niltinho (PP), Jânio Natal (Podemos) e Robinson Almeida (PT).

Já na terça-feira (16), parte dos parlamentares do PP não compareceu para votar o projeto que autorizou o Poder Executivo a prestar contragarantia à União em operação de crédito realizado entre a Embasa e o banco alemão, KFW no valor de 60 milhões de euros, equivalente a R$ 250 milhões.

“Se for colocar na balança 50% do secretariado de Rui foi da sua cota pessoal. As secretarias mais importantes, a exemplo de Saúde, Educação, Fazenda, Administração foram indicação dele. A de Desenvolvimento Rural que nos permite fazer política, indicação dele, a de Planejamento indicação dele com a nomeação de Walter Pinheiro, que não está filiado a nenhum partido. Outras muitas foram para o PT que também recaí na conta dele. Enfim, o que sobrou de menos valoroso ficou para nós”, desabafou um integrante do grupo, que preferiu não se identificar.

Foi elencado ainda que ainda existiu veto aos nomes levados pelos partidos. “Em algumas ocasiões tivemos que levar cerca de duas, três opções e no final a acatada foi a sugerida por ele e não as nossas”, disparou.

A queixa se volta também para a demora em torno dos anúncios referentes aos do segundo escalão, onde ainda existe esperança para alguns, conforme atestam.

“Mas ele [Rui] não está dando atenção a ninguém, não recebe ninguém. Existe uma parcela grande de aliados insatisfeita e esses episódios ocorridos na Assembleia teriam sido apenas os primeiros recados para que ele entenda que não foi eleito sozinho e que nós temos compromissos a serem cumpridos também em nossas bases eleitorais que não podem ser ignorados”, revelou outra fonte.

O líder do governo no Parlamento, deputado Rosemberg Pinto (PT), no entanto, assegura que não há nenhum tipo de “insatisfação” da base e justificou a falta de quórum que ocorreu nas comissões na segunda-feira.

“Não temos tradição de votar na segunda-feira. Vários deputados estavam acompanhando a agenda do governador. Eu fiz um esforço em votar ontem [terça-feira] porque alguns parlamentares iriam a Brasília para fazer coro contra a Reforma da Previdência, mas quero agradecer à toda a bancada, em especial, aos deputados que desistiram de ir para Brasília para permanecer aqui e votar esse importante projeto”, disse o petista. Informações do Bocão News