A polêmica envolvendo a criação de um empreendimento que deve ocupar uma área de Mata Atlântica, em Boipeba, vem causando polêmica. Na manhã desta segunda-feira (13), o governador Jerônimo Rodrigues (PT) abriu o jogo sobre o caso e se posicionou sobre a situação.

“A gente tem uma lei nacional que estabelece um quantitativo para quem tem uma propriedade poder fazer uso dela com respeito a lei. Até 20% de desmatamento, supressão vegetal. A informação que nós temos é que são dois hectares, não é toda a área. Mas eu pedi para que eles pudessem sentar com a Casa Civil, ver se tem alguma coisa porque o Estado depende de um parecer de legalidade do poder judiciário para qualquer tipo de atitude executivo. Dentro da lei, o projeto está dentro do padrão”, afirmou.

O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), autarquia subordinada a Secretária de Meio Ambiente da Bahia (Sema), comentou no domingo (12) sobre a concessão de licença para a construção de um empreendimento na Ilha de Boipeba, que pode afetar a Mata Atlântica. A autorização foi publicada em uma portaria no Diário Oficial do Estado, no último dia 8, onde concede a “supressão de vegetação nativa”, “licença de instalação” e ainda autoriza o “manejo da fauna” para implantação do resort de luxo, da Mangaba Cultivo de Coco Ltda.

A obra acontece em uma área pública pertencente à União, que devia ser protegida por Lei Federal, entretanto, a indicação foi do Governo da Bahia a pedido do Governo Federal, ainda em 2019, quando Jair Bolsonaro (PL) era presidente da República. A área onde deve ser construído o resort compreende uma parte de mata atlântica, manguezais e restingas.

A Mangaba Cultivo de Coco tem como sócios José Roberto Marinho, um dos herdeiros do Grupo Globo, e Armínio Fraga, economista e ex-presidente do Banco Central no governo (1999-2003). Os contrários à implantação do projeto alegam também que temem ficar isolados e sem área para futura expansão. Segundo eles, serão destruídos caminhos tradicionais, áreas de lazer, fontes de abastecimento de água, áreas de pesca e áreas de extrativismo, para implantação do empreendimento. BNews