Foto: Paulo Pinto/Agência PT

O ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, escreveu em maio deste ano uma carta de próprio punho para voltar atrás em acusações que fez contra o ex-presidente Lula (PT) na sua delação premiada firmada com a Operação Lava Jato. As informações foram divulgadas pela colunista Bela Megale, de O Globo. Segundo a publicação, a carta do empreiteiro foi um dos elementos que fez a investigação que acusava o petista de corrupção e tráfico de influência junto ao governo da Costa Rica ser arquivada.

Na carta, Pinheiro disse que nunca autorizou ou teve conhecimento de pagamentos de propina às autoridades citadas no caso. Também disse que não houve menção sobre vantagens indevidas durante o encontro ocorrido na Costa Rica. Esse documento foi uma das bases da defesa de Lula, liderada pelo advogado Cristiano Zanin, para solicitar à Justiça de São Paulo o arquivamento da investigação.

Pinheiro afirmou ainda que não sabe informar “se houve intercessão do Ex. Presidente Lula junto à Presidente (ex) Dilma e/ou Ex. Ministro Paulo Bernardo”. “A empresa OAS não obteve nenhuma vantagem, pois inclusive não foi beneficiada por empréstimos do BCIE – Banco Centro Americano de Integração Econômica. Não sabendo informar se houve efetividade da solicitação do Presidente do BCIE, senhor Nick Rischbieth Alöe junto ao senhor Ex. Presidente Lula e demais autoridades citadas”, concluiu Pinheiro.

Ainda de acordo com a colunista, pessoas ligadas a Pinheiro, teriam afirmado que o ex-presidente da OAS pretende fazer outras cartas voltando atrás em trechos de seu acordo envolvendo Lula. Foi com base na delação premiada do empreiteiro que o ex-presidente foi condenado no caso do triplex, hoje anulado pela Justiça.