Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu nesta quinta-feira (13) em defesa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a quem classificou como “extraordinário”. Lula também disse desconhecer pressão sobre o titular da equipe econômica. O petista deu as declarações em Genebra, na Suíça, depois de participar de um evento da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

De acordo com a colunista do g1 Andréia Sadi, o ministro da Fazenda vem recebendo pressão de setores do PT e também tem sido questionado pelo mercado financeiro acerca de sua capacidade para concretizar a agenda econômica do governo. “Não tem nada com o Haddad, ele é extraordinário ministro, não sei qual é a pressão contra o Haddad. Todo ministro da Fazenda, desde que eu me conheço por gente, ele vira o centro dos debates, quando a coisa dá certo, quando a coisa não dá certo”, declarou o presidente da República.

Nesta semana, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolveu para o governo uma polêmica medida provisória enviada ao Congresso pela equipe econômica. O texto, defendido por Haddad e secretários, alterava regras do PIS/Cofins para elevar receitas e compensar as despesas com a desoneração da folha de pagamentos. Antes de ser devolvida, a MP foi muito criticada por empresários, que disseram que o texto geraria inflação. Nesta quinta, na Suíça, Lula foi questionado sobre o assunto. Ele disse que, com a devolução da MP, caberá ao Senado e a empresários encontrar uma alternativa para compensar a desoneração.

“O Haddad tentou ajudar os empresários construindo uma alternativa à desoneração feita para aqueles 17 grupos de empresários. Que nem deveria ter sido o Haddad para assumir essa responsabilidade, mas o Haddad assumiu, fez uma proposta. Os mesmos empresários não quiseram. Então, agora tem uma decisão da Suprema Corte, que vai acontecer. Se, em 45 dias não houver acordo sobre compensação, o que vai acontecer? Vai acabar a desoneração”, disse Lula. “Agora, a bola não está mais na mão do Haddad. A bola está na mão do Senado e na mão dos empresários. Encontrem uma solução, o Haddad tentou. Não aceitaram, agora encontrem uma solução”, completou o petista.