Agência Brasil

Depois de levantar suspeitas sobre a segurança da Coronavac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, o presidente da República comemorou a suspensão dos testes do imunizante determinada pela Anvisa. “Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, comentou, em postagem do Facebook, na manhã desta terça-feira (10). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária anunciou a suspensão temporária do estudo, na noite dessa segunda (9), por conta de um “evento adverso grave” não explicado.

Ainda que a interrupção dos testes seja considerada um procedimento normal – as vacinas de Oxford e Johnson e Johnson também já passaram por isso e tiveram os testes retomados depois -, o Instituto Butantan contesta a medida. Responsável pela produção da vacina no Brasil, a entidade vinculada ao governo de São Paulo informou que a suspensão foi decorrente da morte de um voluntário de 33 anos.

“Nós até estranhamos um pouco essa decisão da Anvisa porque é um óbito não relacionado à vacina”, destacou o diretor do instituto, Dimas Covas, em entrevista à TV Cultura. O imunizante, assim como diversos medicamentos, virou alvo de disputa política em meio ao combate à pandemia no país. Bolsonaro já se declarou contrário à vacina por sua origem chinesa e pela parceria da farmacêutica com o governador de São Paulo, seu ex-aliado João Doria (PSDB).

“Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Doria queria obrigar todos os paulistanos a tomá-la. O presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória”, acrescentou, na mensagem comentada hoje. Ele ignora o fato de que a Coronavac é apontada como uma das vacinas mais promissoras contra a Covid-19. Além disso, dados atualizados na noite de ontem pelo Ministério da Saúde indicam que o Brasil soma 5.590.025 casos de coronavírus, com 161.106 vidas já perdidas para a doença. (BN)