Foto: Reprodução/Radio Metropole

Em entrevista à Rádio Metropole, o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, comentou sobre a estrutura da Operação Lava Jato. Na análise feita por Kakay, as decisões da Lava Jato se tratavam de busca pelo poder, na qual o juiz Sérgio Moro – atualmente senador – orquestrava os procuradores, que tomavam decisões a favor dele em um “jogo político”.

“Na Lava Jato, houve uma determinação em busca do poder. Eu fui advogado de Wassef, eu estava em Paris, quando recebo a notícia que os procuradores tinham forçado ele a desistir do habeas corpus, porque, se eu não saísse do cargo, eles não dariam a ele vida fácil. Isso em setembro de 2017, no início da operação. Eu comecei a notar que existia uma estratégia de poder, tudo que Moro queria que fosse para Curitiba, para que ele pudesse fazer o jogo político, ele levava”, disse.

O advogado apontou o julgamento de processos que ocorreram em outros estados na Vara Criminal de Curitiba, como um reflexo claro da interferência de Moro. “Qualquer estudante de Direito sabe que nem você nem o Ministério Público pode escolher o juiz, é o juiz natural, um princípio constitucional. Por que o sítio de Atibaia, em São Paulo, está sendo julgado em Curitiba? Porque Moro tinha um projeto de poder, e os procuradores obedeciam a ele. Por que o triplex do Guarujá é julgado?”, refletiu.

Kakay ponderou que o esquema da operação era focado na quebra das empresas de “estrutura pesada no Brasil”, tirando símbolos de orgulho nacional e se beneficiando de maneira econômica com as “quebras”.

“A Odebrecht era um orgulho brasileiro, tinham interesse em quebrar, era uma estrutura montada. O pré-sal tomou um tiro com o que fizeram com a Petrobras. […] É só você ver, quem ganhou com a retirada das grandes empresas brasileiras? Onde Moro foi trabalhar quando saiu do Ministério da Justiça? Em uma empresa americana. Alguns procuradores montaram escritórios de compliance para atender pessoas que passaram pela Lava Jato. Eu diria que enquanto não fizermos um estudo desse bando dessa república da Lava Jato, não teremos dimensão do que significou essa operação”, acrescentou. Metro1