Seguindo com o processo de busca do “descancelamento” na vida real, a rapper Karol Conká – que deixou o Big Brother Brasil com 99,17%, maior rejeição da história – marcou presença em dois dos principais programas da Globo neste domingo (28): Domingão do Faustão e Fantástico. No primeiro, ela disse sobre o que a fez entrar na disputa. “Estou me perguntando isso até agora… O que eu fiz da minha vida? Tive uma crise de ansiedade. Tive um distúrbio, dá para perceber até no meu semblante dentro da casa, e só ontem fui ter total noção do que eu estava representando aqui fora. Cheguei a essa conclusão lá na casa mesmo. Estava me sentindo amarga e fui descontando meu transtorno e minha frustração em todo mundo que estava ali”, lamentou.

Sobre os ataques promovidos aos outros participantes, foi direta. “Acho que não tem justificativa. Achei péssimo. Lá dentro, eu já estava tendo noção de que minhas atitudes não estavam sendo legais. O que eu conseguia controlar eram minhas lágrimas. Chorava escondido. Me sentia mal e amarga. Vejo e reconheço que errei, mas não posso me reduzir a 30 dias dentro da casa, isolada, onde meu transtorno compulsivo por arrumação acabou aflorando, e eu tentado esconder isso. Acabei me entregando a um lado mais amargo. Estou muito arrependida. As pessoas não sabem o que eu tive que passar para aprender a ser essa rocha”, justificou.

“Também não admito aparecer para o público definhando num erro que posso arrumar. Da mesma forma que o público repudiou minha atitude dentro da casa sendo áspera, acho que não podem ser tão ásperos assim comigo. Pessoas que falam de empatia e acabam fazendo linchamento em cima de uma pessoa que nem sabia o que estava fazendo direito na casa… Não estou me posicionando como vítima, mas não cometi um crime a ponto de ser tratada dessa forma”, reafirmou.

Ainda disse que se apegou a participantes do reality, mas que não sabe se eles irão querer contato com ela aqui fora. “Eu estava torcendo para que eu saísse. O Brasil não merece esse tipo de entretenimento. Exagerei, fiz feio… Estou lidando de maneira madura, tentando levar com leveza isso tudo. Afinal, é um jogo. Eu não cancelaria tendo em vista que a pessoa tem toda uma trajetória, e se eu fosse essa vilã na vida real eu não chegaria onde cheguei”, relembrou.

Já durante entrevista à revista eletrônica da platinada, a curitibana disse que não se sentiu a vilã do programa, apesar de ter reconhecido erros em brigas e discussões com outros participantes, especialmente Lucas Penteado, Carla Diaz, Camilla de Lucas e Juliette. No papo em seu estúdio em São Paulo, ela relembrou sua infância. “Eu era muito rejeitada não pela minha família, mas no colégio. Um menino no colégio falou: ‘mergulhe numa piscina de água sanitária para falar comigo.’ Eu fiquei pensando: mas por que?”, disse.

“Muita gente questiona: ‘Nossa, a Karol não chora, parece que não se arrependeu’. Você é sempre assim?”, perguntou  a jornalista Ana Carolina Raimundi. “Sempre, toda vida. Fui ficar assim com 13, 14 anos, quando o meu pai morreu. Consegui fazer uma [blindagem], eu sou isso. Estou achando péssimo estar chorando agora, já vou cessar. Não pode cair [a lágrima]”, respondeu. “Tenho que estar sempre forte, vi a minha mãe fazendo muito tempo isso ou porque a fraqueza está ligada à vulnerabilidade, mas não consigo me sentir forte vendo o que fiz na casa. Depois que a gente sai e vê as imagens, elas são muito perturbadoras”, admitiu. (por Júnior Moreira Bordalo)