Foto: Vagner Souza / BNews

Em ano de poucos embates com o governador Rui Costa (DEM) – diferente do que aconteceu na pré-campanha de 2018 – o prefeito ACM Neto (DEM) afirmou que o período de trégua tem dias contados. O prefeito falou nesta última segunda-feira (3), em entrevista ao apresentador Zé Eduardo no Jornal da Cidade 2ª edição, na rádio Metrópole.

“Nunca tive disposição de fazer provocações gratuitas ao governador. As polêmicas que nos envolveram a maioria delas foi motivada pelo governador ou pessoas ligadas ao governador. Eu não saio por aí gratuitamente atacando, eu sei o meu papel como prefeito da capital. É claro que depois que eu deixar a prefeitura vou ter muito mais liberdade para fazer oposição ao governador e ao seu governo, e o farei. Colocarei as coisas com muita clareza”, declarou.

Principal nome da oposição para disputar o Palácio de Ondina em 2022, o presidente nacional do Democratas antecipou críticas à condução da gestão petista na Bahia.

“O que se vende na propaganda não se vê na realidade. Às vezes vejo outdoor do governo dizendo que paga funcionários em dia e está com as contas em dia. Isso não é mais que obrigação. Não faço propaganda, gastando dinheiro público falando do que é minha obrigação”, protestou, ao sinalizar ainda queixas contra os indicadores educacionais do estado.

“Para além disso, os indicadores da educação da Bahia são uma vergonha, a pior do Brasil. Quem diz isso é o Ideb. A educação de Salvador foi a que mais avançou. A da Bahia é a pior do Brasil”, acentuou.

Em tom mais ponderado, ACM Neto admitiu que não poderia ignorar virtudes do governador. “Não vou ser desonesto em dizer que tudo que ele [Rui Costa] faz é errado. Acho até que ele tem acertos”.

Por ora, o prefeito de Salvador disse que prefere manter a relação institucional tal como ocorreu quando conseguiu entendimento com o ex-governador Jaques Wagner (PT) em torno das obras do metrô de Salvador. No início deste ano, prefeito e governador encontraram-se para alinhar pautas em comuns.

“Os temas mais relevantes avançam, aí está o metrô. Quando cheguei à prefeitura era uma novela que se estendia há 12 anos e nós conseguimos destravar em acordo com o então governador Jaques Wagner, Dilma Rousseff e o atual governador Rui Costa era chefe da Casa Civil e participou de todos os entendimentos”.

“Agora, também não posso dizer que sou amigo dele, que tenho intimidade com ele e que desfrutamos ambientes sociais comuns. Eu acho que de certa forma ele sempre procurou manter uma certa distância com relação a isso e eu respeitei porque eu só posso ser amigo de quem quer ser meu amigo”, finalizou. Bocão News