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Segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias, o número de testes rápidos realizados na segunda quinzena de dezembro cresceu mais de 50% na comparação com a primeira. A alta também se reflete na chamada taxa de positividade. Eram pouco mais de 5% de exames positivos no começo de dezembro. No meio do mês, chegou a quase 7%. E, neste domingo (2), essa taxa já esbarrou nos 27%.

O Brasil ainda é um país que testa pouco a população. É só olhar para o lado: os nossos vizinhos na América do Sul, por exemplo, testam duas, quatro, quase cinco vezes mais. E é só testando que se pode isolar os infectados mais precocemente, para interromper a cadeia de contágio do vírus. O infectologista Marco Aurélio Sáfadi ressalta que, diante da variante ômicron, é ainda mais importante implantar uma política pública ampla de testagem.

“Frente a uma variante como essa, de altíssima transmissibilidade, e que tem como característica de forma geral provocar quadros menos graves, particularmente em vacinados, o que vai acontecer é que vai haver uma grande quantidade de pessoas com formas mais leves da doença. E isso torna crucial a necessidade de uma testagem ampla. Eles acabam frequentando as suas atividades habituais e contribuindo de forma relevante na transmissão do vírus na comunidade”, afirma.
A epidemiologista Denise Garrett diz que o Brasil deveria seguir o exemplo de outros países, que distribuem kits para que as pessoas se testem em casa. “É o que a gente está vendo em vários países da Europa, o que a gente está vendo nos Estados Unidos, que é a adoção desse teste como uma política de estado, uma política pública de saúde. Esse teste não substitui o PCR, mas é uma ferramenta q você tem ao seu dispor que ajuda muito a interromper essa cadeia de transmissão. O Brasil não testa como deveria. Testes aqui são muito poucos, sempre foi desde o início da pandemia, e piorou agora”, destaca. G1