O novo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Antônio Fernando Oliveira, afirmou nesta quarta-feira (8), ao tomar posse, que a corporação não vai “compactuar” com investidas contra a democracia brasileira. “A PRF, como órgão de Estado, não tem partido e não irá compactuar com qualquer investida contra a democracia”, afirmou. Durante o discurso, Oliveira fez ainda referência aos ataques às sedes dos Três Poderes, que completaram um mês, que classificou como “um dos episódios mais deploráveis” do Brasil.

“Resta evidente que a defesa dos ideais republicanos não pode ser meramente retórica. Deve ser praticada diariamente em cada ação, gesto, palavra. Os valores genuínos da PRF, como educação, civilidade, respeito ao próximo são imprescindíveis para a nação”, declarou. Ele também falou à jornalista Isabela Camargo, da GloboNews sobre os atos golpistas.

No último ano, a atuação da PRF foi questionada em razão de operações em rodovias no país durante o segundo turno das eleições, que foram apontadas como uma tentativa de barrar a ida de eleitores às urnas. Oliveira afirmou que “atos isolados”, alguns “abomináveis”, lançaram sobre a PRF o “véu da desconfiança”.

“À PRF, cabe a missão de garantir a livre circulação, a segurança pública, e de levar ordem e cidadania a milhares de municípios às margens das rodovias”, acrescentou o novo diretor-geral. Além de Dino, estiveram presentes à cerimônia a governadora interina do Distrito Federal, Celina Leão (PP), e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.

Defesa dos Direitos Humanos

Fernando Oliveira também anunciou a criação de uma “estrutura robusta” para a defesa dos direitos humanos na PRF, mas não deu detalhes de como isso ocorrerá. No último ano, abordagem de policiais rodoviários federais levaram à morte de Genivaldo de Jesus Santos, em Sergipe. Ele foi trancado no porta-malas de uma viatura e submetido à inalação de gás lacrimogêneo.

Sobre esse caso, o novo diretor-geral afirmou que o procedimento disciplinar em curso está em fase final. Em maio de 2022, comissões regionais de direitos humanos da corporação haviam sido desmobilizadas por decisão do então diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques. Ele também retirou um curso de direitos humanos do processo de formação de agentes. Sete meses depois, a Justiça Federal de Goiás determinou a retomada das comissões e a aplicação de 30 horas de aulas no tema. G1