A operação Lesa Pátria deflagrada nesta sexta-feira (20) segue a orientação do governo Lula para a Polícia Federal: não dar trégua aos golpistas e responsabilizar todos que tiveram participação concreta nos atos terroristas do dia 8. A partir de agora, a PF vai também monitorar os movimentos desses grupos.

Segundo assessores de Lula, um dos objetivos desse monitoramento é identificar os líderes políticos que continuam organizando grupos de bolsonaristas radicais para criar um clima de tensão no campo político em Brasília. Um auxiliar disse ao blog que é preciso acabar com essas “ordens que vêm de cima” – a única forma de desmobilizar esses grupos.

Durante o período em que os bolsonaristas radicais ficaram detidos na Academia Nacional da Polícia Federal, a PF infiltrou agentes entre os presos para se antecipar a qualquer reação do grupo. O relato passado pelos agentes foi que os bolsonaristas estão dispostos a praticar qualquer tipo de ato em nome do ex-presidente da República – e para afastar um suposto “fantasma” do comunismo no Brasil.

Novo rumo na PF

Segundo assessores palacianos, esses grupos radicais cresceram durante o governo Bolsonaro porque tinham o estímulo do próprio presidente da República de então. Durante o governo anterior, em nenhum momento, a Polícia Federal buscou investigar se alguns deles poderiam praticar atos terroristas, apesar de todas as ameaças feitas nas redes sociais.

A PF, na avaliação do Ministério da Justiça, não agia como uma polícia judiciária no governo Bolsonaro, mas como uma polícia voltada para proteger o presidente da República e seus aliados. Um grupo dentro da PF, porém, sempre resistiu a esse tipo de condução dos seus trabalhos e acabou sendo escanteado dentro da estrutura da polícia. Agora, esse grupo está no comando da PF e não vai dar trégua para os bolsonaristas radicais. Por Valdo Cruz/G1