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O senador Otto Alencar (PSD-BA) afirmou ao BNews, na segunda-feira (3), que a PEC das Praias não é um projeto “tão fácil de passar no Senado”. A proposta, relatada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), passa para os estados, municípios e setor privado a possibilidade de investimento nas áreas de domínio da Marinha – em terrenos que possuam uma faixa que começa 33 metros depois do ponto mais alto que a maré atinge -, o que pode abrir espaço para a privatização de praias brasileiras.

“Vai ser muito discutida [a PEC]. Eu assinei até um pedido de audiência pública para ouvir diversos segmentos. Não é uma coisa tão fácil de passar no Senado e pessoalmente eu tenho uma opinião contrária ao projeto, até porque isso vai envolver provavelmente o interesse do investimento do setor imobiliário, comprometendo alguns biomas, como o mangue”, pontuou ele, durante agenda em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, em que o governador Jerônimo Rodrigues autorizou o início das obras de pavimentação do Centro Industrial de Aratu.

“Resolve o problema do desemprego? Resolve as lacunas na saúde? Não. Então temos outras prioridades no Senado, outros debates mais importantes”, acrescentou Otto. O parlamentar ainda comentou sobre a disputa à presidência do Senado, que será no início de 2025, quando se encerra o atual mandato, do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Otto garantiu que assumir o posto não é um objetivo dele, mas disse que, caso seja requisitado, não vai fugir da missão.

“Isso vai ser resolvido no final de 2024, mas eu estou há nove anos no Senado Federal. Pela segunda vez, eu sou líder da maior bancada, que tem 15 senadores. Sempre meu nome é muito lembrado, mas não é uma proposta minha, um projeto meu, só que às vezes a política surpreende você. Se, por acaso, me vierem com a missão, posso dizer que vou cumpri-la”, declarou Otto. BNews