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O primeiro paciente a ter cólera no Brasil, após 18 anos, é morador de Salvador e trabalha em Camaçari, na região metropolitana. A informação foi confirmada pela secretária de Saúde de Salvador, Ana Paula Matos, na segunda-feira (22). Trata-se de um homem de 60 anos que não viajou para outras localidades, o que configura um caso autóctone da doença – ou seja, que é natural do país ou da região em que habita.

“Este caso tem acompanhamento ministerial e do Governo do Estado porque não é apenas relativo à cidade de Salvador. É um cidadão que mora aqui [Salvador], mas que trabalha em Camaçari. Nossas equipes estão investigando, assim como as equipes de Camaçari. A identificação do caso foi feita pelo laboratório do estado, o Lacen”, disse Ana Paula Matos.

Após o registro da doença, o Ministério da Saúde publicou uma nota técnica em que caracteriza o caso como “isolado”. Ainda de acordo com a pasta, o paciente não transmite a doença desde o dia 10 de abril.

“Trata-se de um caso isolado, tendo em vista que não foram identificados outros casos, após a investigação epidemiológica realizada pelas equipes de saúde locais junto às pessoas que tiveram contato com o paciente”, pontua o Ministério da Saúde. No Brasil, os últimos casos autóctones ocorreram em Pernambuco entre os anos de 2004 e 2005, com 21 e cinco casos confirmados, respectivamente.

O prefeito Bruno Reis ressaltou, na manhã desta segunda-feira (22), que o caso é acompanhado de perto pela prefeitura. “Toda a equipe da saúde está mobilizada. O próprio Ministério da Saúde divulgou uma nota em que diz que o caso é isolado. Já foram feitos testes em torno das pessoas que convivem com o paciente e nenhuma delas apresentou sintomas ou problemas. Isso confirma que foi um caso específico e, agora, estão tentando identificar a origem”, disse o prefeito durante a inauguração de uma Unidade de Saúde da Família, em Brotas.

A cólera é uma infecção intestinal aguda que se espalha através de alimentos e água contaminados com fezes, e que o quadro está ligado à falta de água potável e saneamento adequado. Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) ressaltou que todas as medidas necessárias para prevenção e controle, como análise da água, foram prontamente implementadas e que a situação está sendo monitorada.

A Prefeitura de Camaçari disse que acompanha o caso através da Secretaria da Saúde. “A Vigilância Epidemiologia e o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) do município estão contribuindo com as investigações no local de trabalho da pessoa infectada, bem como nos locais onde foram realizadas as refeições nos dias que antecederam aos sintomas”, disse. Correio da Bahia