BINHO DUTRA/DIVULGAÇÃO

A operação da Polícia Federal contra militares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro foi batizada com uma passagem bíblica que também nomeou, em 2020, uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro que prendeu pessoas pelo envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo e que apontou a viúva dele, a então deputada Flordelis (PSD), como mandante do crime.

A operação da PF desta sexta-feira (11), sobre uma suposta tentativa, capitaneada por militares ligados a Bolsonaro de vender ilegalmente presentes dados ao governo por delegações estrangeiras., foi batizada “Lucas 12:2” em alusão ao versículo da Bíblia que diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.

Em 2020, a operação da Polícia Civil foi batizada de “Lucas 12”, em referência a toda a passagem. No livro, o apóstolo lembra uma fala de Jesus a uma multidão: “Tenham cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”, disse Jesus, segundo o livro.

O livro de Lucas tem 24 capítulos. O 12, que batizou as duas operações, tem 59 versículos. Uma operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (11) cumpriu mandados de busca e apreensão para apurar a venda ilegal de joias dadas de presente por delegações internacionais ao governo federal durante o mandato de Jair Bolsonaro.

Além de Mauro Cid, ex-ajudante de Ordens de Bolsonaro, e seu pai, general Mauro Cesar Lorena Cid, foram alvos das investigações: o advogado Frederick Wassef, que já defendeu Bolsonaro e familiares dele em diversos processos na Justiça; e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e tenente do Exército Osmar Crivelatti.

Em 2020, a Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prenderam oito pessoas pelo envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo, executado com mais de 30 tiros em 16 de junho de 2019. Segundo a força-tarefa da Operação Lucas 12, a viúva, a então deputada federal Flordelis, foi a mandante do crime.

Na época, ela não pôde ser presa por causa da imunidade parlamentar. A prisão preventiva de Flordelis só foi decretada pela juíza Nearis dos Santos Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, em 2021, dois anos e dois meses depois do crime, quando ela teve o mandato cassado no plenário da Câmara dos Deputados. G1