“Ela foi até o restaurante e chegando lá ela pediu socorro e pediu para que falassem para os filhos dela que ela os amava”. Quem conta as últimas palavras da brasileira Simone Barreto – uma das vítimas do atentado terrorista na Basílica de Notre-Dame de Nice, na França – é uma amiga de longas datas. Simone tinha nacionalidade francesa, formação de cozinheira, e atualmente trabalhava também como cuidadora de idosos, segundo informou a rádio pública francesa RFI, primeira a confirmar a identidade da vítima.

Ivana Pelmard, que também é brasileira e mora no país europeu, conhecia Simone há 25 anos. Ela disse ainda que, além das palavras carinhosas aos três filhos, a amiga também contribuiu para que mais pessoas não fossem vítimas do atentado. “Ela saiu correndo da igreja, pedindo socorro. Justamente essa ação dela foi o que possibilitou os policiais pegarem o criminoso”. As duas amigas se conheceram em 1995, quando foram para a França para trabalhar em um grupo de dança onde a irmã de Simone fazia direção de arte.

Ivana conta que a principal marca de Simone era o bom humor. “Nós nos conhecemos em 1995. Nós íamos juntas para Nice, não para Paris, para trabalhar como dançarinas no grupo onde a irmã dela é diretora artística. Eu não lembro de já ter visto Simone triste, Simone emburrada, mau humorada. [Ela estava] Sempre alegre, sempre sorridente, sempre brincalhona, muito brincalhona. E de bem com a vida, sempre de bem com a vida”.

“Ela passava por cima de todos os problemas com um sorriso, com as brincadeiras, porque ela era muito brincalhona”. Quando ainda morava na Bahia, Simone Barreto vivia no bairro do Lobato, em Salvador. Ela tinha nacionalidade francesa e também atuava como cuidadora de idosos. A brasileira tinha formação de cozinheira e demonstrava amor pela gastronomia.

Ivana pediu justiça pela morte de Simone, para que ela não seja mais uma vítima esquecida de um atentado terrorista. “Que não fique em vão, que não seja mais uma vítima de um atentado. Hoje foi Simone, uma brasileira, baiana, mãe, filha, irmã, amiga. Mas amanhã pode ser Joana, Beltrana. Então que não fique assim. Vamos acabar com isso. Acho que já está na hora, já chega. Já chega de tanta gente inocente morrer por uma causa que dizem que é em nome de Deus. Porque não é em nome de Deus”, disse. G1