Agência Brasil

O repasse às bombas depende de políticas comerciais de distribuidoras e postos. O valor de venda nas refinarias da Petrobras equivale a 28% do preço final da gasolina e 53% do preço final do diesel —o restante são impostos e margens de lucro. Os reajustes foram anunciados após recuperação das cotações internacionais do petróleo.

Na quarta (4), o barril do tipo Brent, negociado em Londres, subiu 4,19%, para US$ 60,70 (cerca de R$ 254, pela cotação atual). Na semana passada, diante de temores sobre os efeitos da guerra comercial entre Estados Unidos e China, as cotações chegaram a bater a casa dos US$ 57, mas com dólar mais caro.

Desde 2017, a Petrobras se compromete a seguir as cotações internacionais dos combustíveis, usando um conceito conhecido como paridade de importação —que soma as cotações internacionais e os custos para colocar os produtos no mercado brasileiro.

Nas últimas semanas, porém, importadores de combustíveis acusavam a empresa de vender gasolina bem abaixo das cotações internacionais, mantendo práticas anticompetitivas mesmo após acordo com o Cade (Conselho Administrativo de Direito Econômico) para suspender investigações por abuso de poder de mercado.

No dia 26 de agosto, segundo dados do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), a gasolina vendida pela Petrobras estava R$ 0,43 por litro abaixo da paridade de importação. Três dias depois, a empresa reajustou a gasolina em 3,5%.

O acordo com o Cade arquivou denúncia feita pela Abicom (Associação Brasileira das Importadoras de Combustíveis) sobre práticas anticoncorrenciais da estatal para dificultar a atuação de importadoras privadas. A associação chegou a recorrer ao para suspender o acordo, mas não obteve sucesso.

A Petrobras diz que os reajustes nos preços da gasolina e do diesel refletem as variações das cotações internacionais dos produtos e do câmbio, considerando também o nível de participação no mercado previsto em sua política de preços.

“Ressalta-se que o preço de paridade de importação não é um valor absoluto, único e percebido da mesma maneira por todos os agentes”, afirmou a empresa, na semana passada, citando que as duas principais agências de informação do setor, a S&P Global Platts e a Argus, também têm valores diferentes. Informações da Folha