Foto: Marcos Corrêa/PR

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta sexta-feira (11), não ser “censor” das falas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e afirmou que fará um estudo sobre o uso da máscara do país. Queiroga esteve na capital paulista para inauguração de novos leitos de UTI em parceria com a Prefeitura de São Paulo.

“O nosso presidente da república já deixou claro ontem, quando citou para que fizesse os estudos, o presidente tem acompanhado o ritmo da velocidade da vacinação do Brasil, também de países que alcançaram uma cobertura vacinal, onde assistimos à flexibilização do uso de máscara. Vai ser o nosso caso”, afirmou.

“Eu não sou censor das falas do presidente da república”, completou após ser questionado sobre as declarações de Bolsonaro. O argumento não é novo no repertório do ministro. A mesma resposta foi dada por Queiroga no início da semana, após ser provocado sobre as aglomerações geradas pelo presidente.

Especialistas ouvidos pelo G1 afirmam que a máscara é imprescindível neste momento crítico da pandemia e condenam a proposta. Nesta manhã, o presidente voltou a defender a desobrigação da máscara para vacinados e pessoas que já contraíram a doença. Na quinta (10), Bolsonaro disse que pediu ao ministro da Saúde um “parecer” para desobrigar o uso.

Na manhã desta sexta (11), durante coletiva na sede do Instituto Butantan, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), classificou a postura de Bolsonaro como irresponsável e ressaltou a importância do uso da máscara. O argumento também foi defendido pelo secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn.

“Todas as pessoas, mesmo as que tiverem tomado a vacina, as duas doses, ou que tenham tido Covid, devem, nesse momento, enquanto nós não tivermos uma vacinação em massa, ainda manter uso das máscaras. Isso é absolutamente fundamental, é importante que as pessoas estejam se protegendo”, afirmou o secretário.

No estado de São Paulo, a lei que torna o uso da máscara obrigatório foi sancionada em maio de 2020. A legislação segue orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda que todos usem máscaras em áreas onde o distanciamento social não é possível.

“Portanto, é importante continuem usando as máscaras como forma de prevenção, façam distanciamento entre as pessoas, evitem aglomeração. Nós ainda temos números altos em todo o país, e São Paulo também se encontra com números elevados, por isso a nossa fase de transição ainda estendida”, completou Gorinchteyn. G1