divulgação

Com mudanças já previstas, o encerramento da janela partidária trouxe algumas surpresas no campo político da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Trata-se da filiação do cantor Igor Kannário ao PSB, partido comandado na Bahia pela deputada federal, Lídice da Mata. A migração do artista para ao ninho socialista sacramenta a ruptura dele com o grupo do ex-prefeito ACM Neto (União Brasil).

Ao bahia.ba, o vice-presidente municipal da sigla, Rodrigo Hita, confirmou a informação neste último domingo (7). Questionado se há possibilidade do artista lançar candidatura para as eleições deste ano, Hita afirmou que o assunto ainda será tratado com o cantor.

“Vamos debater com ele quais são os projetos dele. Mas, eu imagino que ele se filiou dentro do prazo da Câmara Municipal, então, sugere que ele possa ser candidato a vereador. Mas, isso ainda vai ser debatido e discutido até a convenção partidária”, contou.

Sob as bençãos de Neto, Igor Kannário foi alçado ao cargo de vereador da capital baiana, entre os anos de 2017 a 2019, e em seguida, conseguiu uma cadeira na Câmara dos Deputados, em Brasília, onde ficou até 2019. No carnaval deste ano, no entanto, o ex-político resolveu romper os laços com o União Brasil, partido que comanda a capital baiana.

Tradicionalmente, com o desfile da considerada maior ‘pipoca’ da folia momesca, o ‘princípe do gueto’ endureceu o tom contra o prefeito Bruno Reis (União), que também deve concorrer novamente ao Palácio Thomé de Souza, em outubro. Na ocasião, ele fez questão de deixar claro que não mantém vínculos de amizade com gestor municipal.

“Eu não sou amigo de Bruno Reis. Eu não sou amigo de Jerônimo. O único cara aqui que eu devo é ACM Neto, que deixou nossa pipoca sair em 2015. É o único que nós deve o favor. A gente não deve a vida a ele, não. A gente deve o favor, nós é grato. Mas eu quero que vocês coloquem uma coisa na cabeça de vocês: não sou amigo de Bruno Reis, não sou amigo de secretário, não sou amigo de governador. Todos eles querem me foder. Todos eles só me aceitam e me engolem porque vocês me amam abaixo de Deus, família”, declarou, em fevereiro.

As declarações do ex-parlamentar não agradou a cúpula do Thomé de Souza, que desejou a expulsão do passáro manancial da legenda, no entanto, o movimento não aconteceu.

Apesar de migrar para o campo político do governo baiano, Kannário também acumula críticas à gestão estadual, na figura da Polícia Militar. Ainda nos festejos momescos, o cantor afirmou que estava sendo “perseguido e ameaçado de morte pela PM.”

Questionado sobre a possibilidade de ranhura do PSB com a nova filiação, o vice-presidente do partido pontuou que a mudança de lado partiu do próprio Kannário, por entender que a sigla defende as suas bandeiras.

“Claro que ele é uma pessoa polêmica, mas ele fez uma opção de mudança de lado. Claro que ninguém vai podar a fala de ninguém [em relação a PM]. [Com a filiação], ele está fazendo uma avaliação de onde ele acha que lado está mais próximo ao povo que ele defende das periferias. Eu acho que nosso campo tem essa característica e eu nunca entendia ele está do lado de lá”, alegou Hita ao bahia.ba. (Bahia.Ba)