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Se o governo requisitou e está preparando uma megaestrutura em vários outros pontos do estado, como 100 leitos de UTI na Fonte Nova, a conclusão é óbvia: está se montando um cenário para uma situação pior. Confere? Claro. E quem diz isso é Fábio Vilas-Boas, secretário de Saúde do Estado:

— Até agora, o vírus tem sido transmitido em setores da classe média. Com certeza ele vai chegar aos segmentos mais populares. É o que nós chamamos segunda etapa.

Pico

Em miúdos, as autoridades já esperam que o vírus se alastre para o povão, e o esforço, com a proibição do trânsito agora, segundo Fábio Vilas Boas, é justamente esse, o de mitigar os efeitos da contaminação, mas o pico é esperado para o fim de abril.

— A gente quer exatamente reduzir a taxa de velocidade de transmissão, e estamos conseguindo. O número de casos está abaixo do que projetamos, o que é um bom sinal.

E o estado está preparado?

— Estamos nos preparando desde janeiro, quando reequipamos o Lacen, compramos máquinas e kits já para enfrentar o corona. Um exame que eles fazem, o resultado sai de 5 a 7 dias. O nosso é em 48 horas, e vai diminuir.

No bojo da preparação, percalços do caminho. Danald Trump, presidente dos EUA, proibiu a exportação de máquinas como ventiladores. O governo baiano já havia comprado. Tenta liberar.

— Não sei se tudo isso vai ser o suficiente, mas com certeza é o nosso melhor.

Vírus de rico

A divulgação da informação de que Pituba, Horto Florestal e Costa Azul, bairros classe média, lideram os números de casos de corona em Salvador suscitou acaloradas discussões nas redes.

Duas teses em confronto:

1 — isso reforça a ideia de que o vírus tem, até agora, uma cadeia de transmissão mais na classe média.

2 — os setores mais populares não têm o mesmo acesso a serviços médicos e isso pode estar camuflando. Levi Vasconcelos /Bahia.ba