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A terceira onda de calor do ano deve durar até a próxima semana, de acordo com os modelos meteorológicos. Segundo a Climatempo, as temperaturas acima da média devem ser observadas até a próxima terça-feira (20).

Inicialmente, a previsão era de que o fenômeno se estendesse somente até sexta-feira (15). A meteorologista Maria Clara Sassaki, porta-voz da Climatempo, explica que houve um prolongamento da duração da onda de calor, que deve atingir o Sul, o Sudeste e parte do Centro-Oeste.

“O ápice dessa onda de calor deve acontecer entre quinta e sábado. No domingo, a previsão é de uma leve oscilação, por conta da entrada de umidade, mas volta a esquentar no início da semana que vem”, detalha a meteorologista.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mantém o aviso de “perigo” até o dia 15. Segundo o instituto, cinco estados devem registrar temperaturas máximas 5°C acima da média: Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

🟠 No caso das ondas de calor, o aviso laranja do Inmet, que indica “perigo”, é emitido quando há a persistência das temperaturas acima da média pelo período de três a cinco dias.

Os termômetros devem registrar as maiores marcas na faixa oeste do Rio Grande do Sul, extremo oeste de Santa Catarina, extremo oeste do Paraná e faixa sul e oeste do Mato Grosso do Sul. Nessas regiões, astemperaturas podem ficar até 8ºC acima da média.

Nesta quarta (13), as maiores máximas devem ser registradas no oeste do Mato Grosso do Sul e oeste de São Paulo. De acordo com a Climatempo, as temperaturas devem ficar próximas aos 40ºC nessas regiões.

Como se forma uma onda de calor?

As ondas de calor precisam de dois principais fatores climáticos para a sua formação:

  • Massas de ar quente e seco
  • Bloqueios atmosféricos

Maria Clara explica que esse fenômeno ocorre quando as massas de ar quente e seco ganham força quando encontram um bloqueio atmosférico. Os bloqueios atmosféricos são um tipo de circulação de ventos no alto da atmosfera que impedem o avanço das frentes frias.

Nesse cenário, as frentes frias se formam, tentam avançar, mas encontram um bloqueio, o que as leva diretamente para o oceano. Assim, a massa de ar quente no continente vai ficando cada vez mais forte, gerando uma onda de calor.

🌡️ Os meteorologistas definem que uma onda de calor acontece quando a temperatura fica pelo menos 5ºC acima da média por um período de cinco dias ou mais.

No caso da terceira onda de calor que o país está registrando, o ponto mais forte do sistema está posicionado na região do Chaco do Paraguai. Por isso locais como o oeste dos estados do Sul e o oeste paulista devem ter as maiores temperaturas.

“Quando mais perto da região central do sistema, mais quente e seco. Quando mais distante, menos quente e um pouco mais úmido”, comenta a meteorologista.

Ela também acrescenta que o El Niño tem uma parcela de contribuição para o estabelecimento das ondas de calor. O fenômeno é responsável por deixar a atmosfera mais quente e potencializar as altas temperaturas.

Combinado a isso, as mudanças climáticas também têm contribuído para a ocorrência de eventos extremos, como ondas de calor. As ondas de calor são mais comuns no inverno e na primavera. Isso porque os bloqueios não são normais no verão. “Isso não quer dizer que eles não possam aparecer no verão, mas não é algo comum”, pontua Maria Clara. G1