A Vale obteve autorização do governo de Minas Gerais, pouco mais de um mês antes do rompimento da barragem de Brumadinho, para um projeto de expansão das minas do Córrego do Feijão, onde aconteceu a tragédia, e de Jangada.
No entanto, segundo engenheiros ouvidos pelo G1, as obras contrariam recomendações de segurança do relatório da consultora alemã Tüv Süd. O laudo foi elaborado em 2018, a pedido da própria Vale, e detectou problemas no sistema de drenagem, além de apontar que a estabilidade do alteamento estava no limite de segurança das normas brasileiras.
Entre as recomendações da consultora estão: proibir explosões nas redondezas da mina, evitar o tráfego de veículos e equipamentos pesados e impedir a elevação do nível da água na estrutura. No entanto, o licenciamento para expansão previa uso de explosivos, retroescavadeiras e caminhões de grande porte.
A Vale não informou se as obras já haviam sido iniciadas, mas confirmou detonações nas minas que compõem o Complexo Paraopeba. De acordo com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Semad) de Minas Gerais, a Vale apenas entregou a declaração de estabilidade, sem informar fatores de risco.