A Corregedoria Geral da Polícia Militar fez, neste domingo (20), a reprodução simulada do caso do soldado da PM morto em 28 de março deste ano. O policial militar Wesley Soares Góes, de 38 anos, morreu depois de ser baleado pela PM após atirar contra policiais na região do Farol da Barra, em Salvador.

O policial havia saído de Itacaré, cidade a 270 quilômetros ao sul de Salvador, do batalhão onde era alocado. Ele portava um fuzil com cinco cartuchos de munições e um revólver com 33 munições. Ao chegar em um dos principais pontos turísticos da capital baiana, começou a atirar pra cima. Ele também estava com outra arma, que era de uso pessoal.

A reprodução neste domingo estava prevista para começar às 14h, nas imediações do Farol da Barra. Por volta das 15h45, um carro que simulou o veículo usado por Wesley no dia do fato foi posicionado em frente ao Farol.

De acordo com a PM, o caso está em segredo de Justiça e a reprodução simulada cumpre as formalidades do Inquérito Policial Militar (IPM), com objetivo de esclarecer as circunstâncias por meio de parecer técnico para garantir transparência e dar suporte à conclusão do inquérito.

Ainda segundo a PM, todos os advogados constituídos nos autos do IPM, inclusive o representante da família da vítima, foram notificados para acompanhar o ato. Além da Corregedoria da PM, órgão responsável pela investigação do caso, a reprodução conta com a participação do efetivo do Comando de Policiamento Regional da Capital (CPCR)/Atlântico, da 11ª CIPM, do Esquadrão de Motociclistas Águia, que faz o policiamento do local.

Entenda o que ocorreu ponto a ponto

  • Quando Wesley Góes chegou ao Farol da Barra, os policiais que estavam no local perceberam que o PM estava descontrolado e se dirigiram até ele, segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).
  • Durante a abordagem, o policial fez disparos para o alto e gritou palavras de ordem. Ele estava com o rosto pintado de verde e amarelo.
  • polícia isolou o local e iniciou uma negociação, que durou mais de três horas.
  • Durante as tratativas, Wesley arremessou bicicletas de banhistas e atirou isopores de ambulantes no mar. Ele chegou a empurrar motos de PMs e uma viatura.
  • Familiares do soldado foram chamados para ajudar na negociação. Eles foram ao local de helicóptero, mas não chegaram a tempo.
  • Por volta das 18h30, o soldado fez uma contagem regressiva e atirou ao menos dez vezes contra o Bope, que atirou de volta e baleou o soldado. Wesley chegou a ser levado para o Hospital Geral do Estado (HGE).
  • A morte do policial foi confirmada por volta das 23h.
  • O corpo de Wesley foi enterrado sob muita comoção, aplausos e uma homenagem feita por colegas militares, familiares e amigos com fogos de artifício, na segunda-feira (29), em Itabuna, no sul da Bahia. G1