Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

Empregadores de todo o país têm até quinta-feira (30) para pagar a primeira parcela do 13º salário aos funcionários que trabalham em regime previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O benefício deve injetar R$12,1 bilhões na economia da Bahia, o que representa um incremento de R$1,6 bilhão em comparação com o ano passado. Também recebem a parcela aposentados, pensionistas, trabalhadores rurais e domésticos.

A remuneração de cada uma das duas parcelas do 13º equivale à metade do salário mensal do funcionário, desde que este esteja contratado desde janeiro. Caso contrário, o valor é proporcional ao período trabalhado. Para calcular o valor total basta dividir o salário bruto por 12 (quantidade de meses do ano) e multiplicar pela quantidade de meses trabalhados.

Depois do pagamento da primeira parcela, os empregadores têm até 20 de dezembro para pagar o valor restante. Descontos do Imposto de Renda e previdência incidem apenas na segunda parcela. Na Bahia, o valor médio pago aos trabalhadores deverá ser de R$2.308,35, segundo projeções do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (Dieese). No ano passado, a média foi de R$2.066,48.

“A maior parte do valor do 13º é injetada na economia entre novembro e dezembro. É um recurso extremamente importante porque vem em um momento do ano em que as pessoas têm mais despesas com o final de ano”, analisa Ana Georgina Dias, supervisora técnica do Dieese. O pagamento é um direito do trabalhador previsto na Lei 4.090/62.

Ana Julia Sobral, 22, trabalha como vendedora há pouco mais de dois anos. No ano passado, recebeu pela primeira vez o benefício e, deslumbrada, fez gastos sem pensar. “Eu não me preparei e fui gastando de pouquinho em pouquinho. Quando me dei conta, tinha acabado”, relembra.

A jovem, para não cometer o mesmo erro, se planejou desta vez e já sabe com o que vai gastar as duas parcelas do 13º deste ano. “A ideia é guardar o dinheiro para, no ano que vem, começar o processo de tirar minha habilitação”, comemora.

Ao todo, 4,8 milhões de pessoas receberão 13º na Bahia, contra 4,7 milhões que tiveram o benefício no ano passado. O aumento do número de beneficiários e o acréscimo do valor médio indicam uma melhora no cenário econômico, de acordo com a especialista.

“Com a melhora no mercado de trabalho, tivemos uma redução na desocupação e um número maior de trabalhadores no mercado formal da Bahia. Além disso, houve aumento real do salário mínimo neste ano, o que impacta no valor médio”, pontua.

Pela primeira vez, a professora e engenheira Giada Bettazzi, 34, vai utilizar o 13º para comprar um bem material. E o motivo é o mesmo que tem tirado o sono de muitos soteropolitanos: o calor. As altas temperaturas dos últimos dias levaram a professora a escolha de comprar um ar condicionado.

“Estou avaliando gastar parte do 13º com a compra de um aparelho de ar condicionado já que tenho essa vontade há um tempo e agora com esse calor intenso não tenho mais como esperar. A outra parte, pretendo guardar para a minha viagem de férias em julho”, diz.

Apesar de os indicadores apontarem para uma economia mais estável, a Bahia ainda fica atrás de estados das regiões Sudeste e Sul que, juntas, respondem por 67% do montante nacional do 13º salário, que será de R$291 bilhões. O maior valor médio para o 13º deve ser pago no Distrito Federal (R$ 5.400) e o menor, no Maranhão (R$2.087). Correio da Bahia