A Ancine (Agência Nacional do Cinema) autorizou na última quarta-feira (5), a captação de R$ 4.000.000 para a produção da cinebiografia do médium João Teixeira de Faria, o João de Deus. A autorização foi publicada 2 dias antes de o programa “Conversa com Bial”, da TV Globo, mostrar 10 mulheres acusando o líder religioso de abusos sexuais, que teriam sido cometidos quando elas procuravam cura espiritual.

 

Outros casos também foram revelados pelo jornal O Globo. A autorização da Agência Nacional do Cinema foi publicada no Diário Oficial da União (íntegra). Com isso, a empresa Lynxfilm Produções Audiovisuais, autora do pedido, precisa encontrar patrocinadores que queriam contribuir com a realização do filme do médium em troca de incentivos fiscais.

 

O texto foi aprovado por meio da Lei do Audiovisual. Até o momento a obra não captou qualquer valor por meio da lei, mas pode fazê-lo até 31 de dezembro do ano de 2019. Segundo a sinopse publicada no site da (Agência do Cinema, o filme pretende “narrar a trajetória de João desde sua infância e as primeiras manifestações mediúnicas. Recria também muitos episódios de sua vida, peregrinação até se instalar na pequena cidade de Abadiânia”.

 

Apadrinhado por Chico Xavier, João de Deus mantém o hospital espiritual Casa de Dom Inácio na desde 1976 na cidade de Abadiânia, a cerca de 90 km de Brasília (DF). O médium é famoso por realizar “cirurgias espirituais”. Ele já atendeu milhares de pessoas, entre elas políticos, empresários poderosos e celebridades do Brasil e do mundo.

No entanto, segundo os relatos apresentados no “Conversa com Bial”, ele usufruía de seu poder para abusar sexualmente de mulheres. Elas iam em sessões coletivas no centro espiritual. Quando João de Deus se interessava por alguma delas, ele fazia 1 convite para retornar e fazer 1 atendimento individual.

 

“Você, de certa forma, se sente especial e pensa: ‘Eu vou receber a cura. Uau! Finalmente isso está acontecendo;”, disse Zahira Lieneke Mous, a única que aceitou mostrar o rosto no programa. “Eu entrei no escritório dele e quem quer estivesse lá, desapareceu do escritório e fiquei sozinha com ele”, completou. Segundo Zahira, ele se aproveitava dessa situação para cometer os crimes. (Poder360)