Fotos: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

As chuvas que atingem o Rio Grande do Sul há uma semana devem resultar em uma série de doenças, segundo a infectologista Stephanie Scalco. No contato humano, a água misturada com a urina de ratos pode causar leptospirose que, em casos graves, pode matar. Já a água represada tende a gerar surtos de dengue. Até segunda-feira (6), o os temporais no estado já causaram 85 mortes.

As águas que inundam as cidades são perigosas pois se juntam ao esgoto, de acordo com a infectologista, que é gestora médica do Serviço de Controle de Infecção do Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre. As doenças que podem ser contraídas a partir desse contato são hepatite A, gastroenterite viral, gastroenterite bacteriana, leptospirose e parasitoses intestinais.

“A água tem excrementos humanos, tem resíduos de fezes humanas e não humanas. Então, tudo que pode ser transmitido por meio de esgoto vai estar presente nessa água”, afirma. A especialista afirma que a chance de contrair uma doença na água está associada a uma série de fatores, como o contato prolongado, ferimentos abertos, ingestão acidental e contato com a boca ou nariz.

A manifestação dos sintomas varia de acordo com a doença, mas pode surgir rapidamente após a ingestão da água, segundo a médica. Ela reforça que os sintomas mais comuns são diarreia, vômito e mal-estar, após ingestão, e podem se manifestar depois de 24 horas de exposição. Já a leptospirose pode ter um período de incubação que varia entre três até 20 dias de incubação, resultando em morte, em casos mais graves.

“Sempre tem risco de morte essas doenças. Vai depender muito da fragilidade da pessoa que contraiu, então quanto mais doente, mais frágil, [pior]. Idosos, crianças apresentam mais risco de mortalidade, a gente tem aí um percentual considerável de casos de leptospirose que evoluem para forma grave”, afirma. G1