Foto: Lílian Marques/ G1

Alguns bairros de Salvador, como Brotas, Pituba e Pernambués, têm, separadamente, mais casos que algumas cidades do interior da Bahia, que estão ou já passaram por medidas restritivas, como Eunápolis e Itamaraju, no sul do estado.

A Pituba, por exemplo, tem 1.402 casos confirmados do novo coronavírus, à frente de vários municípios baianos, como Simões Filho, que fica na região metropolitana e tem 1.291 registros de contaminados. A situação preocupa quem vive no local na Pituba.

“Eu morro de medo, não tem um dia na minha vida mais que eu não tenha pesadelo, porque nunca pensei em viver isso. É como se a gente tivesse vivendo uma guerra, lutando cada dia para sobreviver. Eu fico com medo, não só aqui da Pituba, mas como em todos os lugares, porque a gente está transitando e o vírus é invisível”, disse a esteticista Valdirene Rocha.

Nas ruas do bairro, os moradores agem com certa normalidade. Mesmo com os números da Covid-19 em crescimento, o trânsito está constantemente movimentado e as calçadas com muita gente circulando.

“É comum ver gente circulando sem a máscara, chegam nos lugares para fazer perguntas e tiram a máscara, não usam o álcool em gel, apesar dos estabelecimentos terem toda uma regra, mas as pessoas em si não são muito obedientes a essa questão”, avaliou a fisioterapeuta Maria Fernanda Bonfim.

A cidade de Eunápolis, no sul da Bahia, por exemplo, tem 113 mil habitantes. Já a Pituba, é um bairro com cerca de 65 mil moradores. Ainda assim, Eunápolis soma 1.202 casos de coronavírus, quase 100 a menos que o bairro da capital.

Não é só a situação na Pituba que preocupa. O bairro de Brotas lidera o ranking das localidades em Salvador com mais casos do novo coronavírus: são 1.462 casos para uma população de 70 mil habitantes. Os dois bairros já passaram por medidas restritivas para conter o avanço do vírus.

Ao invés do estado de alerta entre os moradores, a impressão que dá, ao circular pelas ruas do local, é que nem há pandemia. Filas em estabelecimentos, fluxo grande de pessoas de um lado a outro e comércio formal e informal funcionando.

“Eu acredito que as pessoas estão cansadas de tanto ficar em casa. É ruim ficar em casa, mas a gente tem que ter paciência e esperar, porque tudo tem seu tempo”, disse a confeiteira Valdelice Guimarães.

Além de Pituba e Brotas, os casos têm crescido rapidamente em outros três bairros de Salvador: Pernambués (1.347), Itapuã (1.040) e Fazenda Grande do Retiro (1.036) e ficando maior que de cidades como Itamaraju (1.200) e Candeias (870). G1