O governo da Bahia assinou um termo de cooperação técnica com a Câmara do Comércio e Indústria Brasil-Korea (CCIBK Brasil) nesta quarta-feira (10), segundo informações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE). A medida, de acordo com a secretaria, visa atrair investimentos coreanos para solucionar os problemas causados após anúncio de fechamento da fábrica da Ford no Brasil. O fechamento da Ford também atingirá a Bahia, já que a montadora instalada em Camaçari, na região metropolitana de Salvador, deve deixar o local.

Segundo o governo, os investimentos coreanos podem ser alcançados nos segmentos automotivo, químico e petroquímico, farmacêutico, de tecnologia da informação e comunicação, agro industrialização, infraestrutura, saneamento, energias renováveis, educação, cultura, esportes e turismo.

“Queremos que a Coreia venha investir na Bahia. Nós temos na área de turismo coisas fenomenais. Estamos passando por essa situação com a saída da Ford e precisamos de empresas grandes, como as coreanas, para se instalarem aqui”, disse o vice-governador João Leão.

O governo informou que o memorando de entendimentos tem como objetivo o compartilhamento de informações técnicas, econômicas e jurídicas entre as partes, com apoio institucional, de mercado, engenharia, tributação e licenças e ou autorizações necessárias à realização de estudos e atração de investidores coreanos.

De acordo com Pablo Palhano, diretor Geral da CCIBK Brasil, a câmara tem um papel significativo na aproximação das empesas brasileiras com as coreanas. “Nós acreditamos que o estado da Bahia é muito promissor para as empresas coreanas, para desenvolver trabalhos de ciência, tecnologia e inovação, e com certeza, aliar todo o desenvolvimento econômico com educação”, contou.

Economia

A cidade que abriga o maior Polo Industrial da Bahia, Camaçari pode ter perda de 10% na arrecadação de receitas após o encerramento das atividades da fábrica Ford no Brasil. Na última sexta-feira (5), a Justiça do Trabalho concedeu uma liminar que suspende a demissão coletiva de funcionários da Ford da fábrica de Camaçari.

A decisão proíbe demissões até que o acordo entre a empresa e os funcionários seja encerrado. O Polo Industrial de Camaçari completa, em junho, 43 anos de operação. Um dos maiores complexos industriais integrados do Hemisfério Sul, desempenha papel importante no setor produtivo do estado.

Em entrevista em janeiro deste ano, o prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo, contou que a cidade, que tem arrecadação anual de cerca de R$ 1,3 bilhão em impostos, perdeu R$ 30 milhões do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) e mais R$ 100 milhões do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da receita líquida com o fechamento da montadora de veículos.

Na ocasião, o prefeito Elinaldo informou que estava em busca de levar outra empresa do ramo automobilístico para a cidade. O governador da Bahia, Rui Costa, também afirmou que já procura a Embaixada da China para sondar investidores para assumir negócio no estado. No entanto, ainda não nenhuma confirmação ou algo definido sobre o assunto.

Além da perda de receita, o município vai registrar mais de 12 mil demissões. O gestor municipal também lembrou das pessoas que não trabalham em empresas relacionadas com a Ford, mas prestam serviços para os funcionários, como escolas, restaurantes e lojas do comércio local. G1