Foto: Farol da Bahia

O secretário de Saúde de Salvador, Léo Prates, voltou a falar sobre as aglomerações em partidas de futebol. Nesta segunda-feira (29), ele pediu coerência nos decretos estaduais que liberam os públicos de eventos e estádios, e afirmou que a última publicação “desconsiderou a ciência”. Léo também se defendeu de acusações de que estaria defendendo o carnaval. Em entrevista à TV Bahia, ele destacou que nunca se posicionou a favor da festa, e destacou o aparecimento da nova variante ômicron da Covid-19, detectada pela primeira vez na África do Sul.

“Algumas pessoas foram à minha rede social falar que eu estava defendendo o carnaval. Eu quero separar as coisas, porque algumas pessoas, de má fé, misturam. Uma coisa é o carnaval e outra coisa é a questão dos eventos. Sobre o carnaval, a gente depende do momento. Com o aparecimento da ômicron e de todos esses problemas que nós temos acompanhado pelo mundo, nós achamos que não é o momento de ter nenhuma posição sobre o carnaval”, ponderou.

“Em nenhum momento me posicionei em favor do carnaval. Eu me posiciono a favor de três princípios. Em primeiro lugar: critério epidemiológico – se você tem o mesmo risco epidemiológico em determinadas atividades que tenham a mesma coerência do que está sendo feito. Em segundo lugar: planejamento – nós precisamos estar planejados para tudo. E em terceiro lugar: diálogo”, pontuou. O secretário explicou que a crítica ao público do estádio não foi feita para que haja a liberação do carnaval.

Ele destacou que a comparação foi feita para avaliar a necessidade de redução dos públicos nos estádios. “Não me parece coerente falar em cautela e liberar 35 mil pessoas, e ainda sem fiscalização. O que nós estamos vendo fora dos estádios, são verdadeiros carnavais. São multidões saindo andando e logicamente isso nos traz preocupações. Ou se aumenta os dois [públicos], ou diminui os dois e, nesse momento, ninguém vai defender mais flexibilização. Nós estamos aí com a ômicron e não é o momento de flexibilizar nada, é o momento de atenção. A pandemia infelizmente é assim: a cada momento as coisas podem mudar”.

“Nós sempre defendemos a ciência em primeiro lugar, mas, com todo o respeito, quem escreveu o decreto estadual desconsiderou a ciência. Na minha opinião, o risco epidemiológico de um estádio de futebol, independentemente de usar todo e de um evento lá feito é o mesmo”, destacou. Ainda sobre a fiscalização dos ambientes liberados para eventos, Léo salientou a necessidade da vigilância por parte do poder público.

“Há uma necessidade de intensificação da fiscalização, na minha opinião. Nessas imagens do estádio, eu só identifiquei uma pessoa com máscara. Nós precisamos intensificar a fiscalização e o estado não tem condições de estar em todas as cidades, por isso que a parceria e o trabalho em conjunto – e a gente apela ao governador pela abertura do diálogo – é necessário, porque ele não vai ter condições de estar nos 417 municípios da Bahia. Os municípios vão ser importantes no trabalho de fiscalização e nós estamos dispostos a trabalhar junto com o governo do estado”. G1