O procurador-geral da República, Augusto Aras, disse em entrevista ao programa “Em Foco com Andreia Sadi”, na GloboNews, que vai estudar o inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal para apurar ameaças aos ministros da Corte a fim de verificar se há alguma autoridade com foro privilegiado a ser denunciada ao STF.

No último dia 22, dois auxiliares de Aras tiveram acesso ao inquérito por autorização, dada em 26 de abril, pelo ministro Alexandre de Moraes. A antecessora de Aras, Raquel Dodge, considerava o inquérito ilegal e pediu o arquivamento ao STF.

“As nossas equipes de trabalho já estão analisando cada peça para verificar a delimitação do objeto e para verificar se existe alguma autoridade com foro privilegiado a ser denunciada pelo procurador- geral da República no Supremo. Se não existir, mas existir algum fato delituoso da atribuição de algum colega da primeira instância ou mesmo da segunda instância, para remeter essas peças [para uma dessas instâncias]”, afirmou Aras.

O procurador-geral afirmou que o MP vai analisar cada peça referente a cada investigado e, a partir daí, adotará medidas. Com base nessa análise, ele disse que pode pedir mais diligências ou o arquivamento do inquérito.

“Se porventura existirem elementos a serem investigados ainda, há a possibilidade de o MP pedir a complementação das diligências e até mesmo a possibilidade de – não chegando a nenhuma conclusão acerca de algum investigado – pedirmos o arquivamento das investigações”, afirmou o procurador-geral.

Aras afirmou que não interessa a ninguém um rompimento entre o Ministério Público e o STF. Para o procurador-geral, com a autorização de acesso da PGR ao inquérito, acabou uma “ferida que estava sendo tratada para não ser curada”.