Crédito: Rafael Rodrigues/EC Bahia

Com o empate entre Flamengo e Athletico-PR, a expectativa de todo torcedor do Bahia era que este domingo (16) seria o dia da concretização de um sonho. A última vez que o Esquadrão terminou a rodada na liderança da Série A havia sido em 2017, quando goleou o Athletico-PR por 6×2 na estreia do Brasileirão. No entanto, a grande espera dos tricolores pela ponta da tabela ainda vai ter que esperar mais, já que o Bahia não conseguiu superar o Criciúma no Heriberto Hülse. Após abrir dois gols de vantagem com Marcelo Hermes e Artur Caíke, os catarinenses viram o Tricolor empatar com Everaldo e Caio Alexandre.

Com o resultado, o Bahia chega aos 18 pontos e atualmente ocupa a terceira posição do Campeonato Brasileiro, empatado em pontuação com o Flamengo e atrás do Botafogo, atual líder com 19 pontos. Agora, o Tricolor vai ter um duelo de seis pontos contra o Flamengo na quinta-feira (20), às 20h, no Maracanã.

O JOGO

Quando a chuva caiu na cidade de Criciúma, o torcedor do Bahia que foi ao estádio Heriberto Hülse ou assistiu ao jogo no sofá de casa percebeu o gramado do estádio não conseguindo absorver a água e tornar os primeiros minutos em uma batalha contra as poças. Mantendo a base do time, o técnico Rogério Ceni viu a equipe iniciar a partida com dificuldade na criação de jogadas. O time, habituado a jogar construindo com a bola no chão, precisou se adequar ao cenário encontrado e alongou o jogo com lançamentos para o ataque.

Mesmo com condições iguais, foi o Tigre quem conseguiu aproveitar melhor o início alagado. A partir da velocidade dos atacantes, principalmente com Bolasie, o Criciúma incomodou o Bahia com mais de uma chance criada. Inclusive, foi dos pés do camisa 11 aurinegro que saiu a melhor oportunidade da primeira etapa. Aos 24 minutos, Bolasie recebeu de Artur Caíke dentro da área e finalizou forte ao gol. Para impedir os mandantes de abrirem o placar, Marcos Felipe defendeu com a cabeça. O jogo do Tigre tinha como principal característica a transição rápida e a bola aérea.

Apesar de um Criciúma superior, o Tricolor não demonstrou um desempenho muito abaixo dos donos da casa. Defensivamente, a equipe baiana repetiu atuações recentes. Ofensivamente, o Esquadrão deixou a desejar. Mesmo quando o campo começou a secar, o Bahia não conseguia caprichar no último passe. Com menos posse de bola, era o adversário quem conseguia construir jogadas com maior perigo. Aos 33 minutos, falta para o Criciúma no limite da grande área. Na cobrança, o lateral esquerdo Marcelo Hermes cobrou rasteiro – por baixo da barreira – no canto esquerdo de Marcos Felipe, que nada pôde fazer para impedir o gol dos carvoeiros: 1×0

Do gol ao fim do primeiro tempo, o contexto continuou o mesmo. O Bahia até conseguiu demonstrar melhora, mas Thaciano, Everaldo e Jean Lucas não conseguiram aproveitar as chances criadas. Quando as equipes voltaram do intervalo, apenas uma mudança entre os 22 jogadores. Enquanto Rogério Ceni confiou na mesma equipe para iniciar o segundo tempo, Cláudio Tencati colocou o lateral Claudinho no lugar do machucado Jonathan. Para tristeza do comandante tricolor, a equipe baiana sofreu um banho de água fria logo no começo.

Antes do relógio marcar três minutos, o Criciúma realizou um lançamento do meio campo para à área do Bahia. O lance, inicialmente inofensivo, se tornou perigoso quando Gabriel Xavier errou o tempo de bola e deixou Arthur Caíke livre para cabecear e tirar Marcos Felipe: 2×0 Criciúma.

Com a desvantagem ainda maior no placar, os visitantes entenderam que era preciso reagir para aproveitar a rodada e terminar o dia na liderança da competição. Foi então que, aos 10 minutos da etapa final, Cauly fez boa jogada no terço final e deixou com Caio Alexandre, que cruzou para Everaldo cabecear forte e diminuir o placar: 2×1. Vendo a vantagem diminuir, o Criciúma ficou ainda mais sem reação quando viu o goleiro Gustavo tomar o segundo cartão amarelo por cera e ser expulso.

Com um a mais, o Tricolor não deixou a oportunidade escapar e inverteu o comando da partida. Ainda com maior posse da bola, agora o Esquadrão encontrava espaço para deixar o jogo fluir. Naturalmente, os espaços cedidos pela desvantagem numérica do adversário eram ocupados pelos homens do meio campo. Porém, foi em uma paulada de Gabriel Xavier que o maior perigo foi gerado. Na cobrança curta de escanteio, Cauly encontrou Caio Alexandre, finalizou com força no ângulo do goleiro Alisson para empatar a partida: 2×2.

Após o empate, Ceni colocou mais três atacante em campo para povoar a grande área e buscar a virada. Sai lateral, sai volante e bola na área. Foi assim que pensou o técnico do Esquadrão quando deixou Ademir e Biel nas pontas para municiar Everaldo, Thaciano e Estupiñán pelo centro. Nesta altura do jogo, o Tigre conseguiu avançar e pressionar o Bahia, mesmo com um jogador a menos. Apesar das tentativas, o Tricolor não conseguiu criar chances para virar o placar e sair vencedor de campo. O sonho, mesmo perto, agora terá que esperar mais. Correio da Bahia