O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou os juros básicos da economia brasileira de 13,25% para 13,75% ao ano na quarta-feira (3/8).

A taxa Selic — como é conhecida — subiu meio ponto percentual em relação à última reunião do Copom; antes do anúncio, a expectativa era que esse seria o último aumento no ciclo atual de alta.

No entanto, o comitê disse que vai avaliar para o encontro seguinte, em setembro, “a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião”. Acredita-se agora que possa haver um novo aumento.

Mas qual é a importância de tudo isso? Por que os juros brasileiros estão em trajetória ascendente neste ano? E o que isso significa na prática para o bolso das pessoas?

Para que serve a taxa de juros da economia?

A taxa Selic (sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) serve como referência para todas as taxas de juros do mercado brasileiro e é definida pelo Copom, grupo composto pela direção do Banco Central. Eles se reúnem para definir a trajetória da Selic.

A Selic é o principal instrumento de política monetária usado pelo Banco Central para controlar a inflação. Quando a taxa sobe, os juros cobrados em financiamentos, empréstimos e no cartão ficam mais altos e isso desencoraja o consumo — o que, por sua vez, estimula uma queda na inflação. Por outro lado, se a inflação está baixa e o BC reduz os juros, isso barateia os empréstimos e incentiva o consumo.

Para definir o que fazer com a Selic, o BC avalia as condições da inflação, da atividade econômica, das contas públicas e o cenário externo — sempre com o objetivo de manter a inflação dentro da meta.

O instrumento é usado por todos os governos e autoridades monetárias. O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, define os juros básicos da economia americana. O Banco Central Europeu faz o mesmo com os juros nos países que compõem a zona do euro.

O mundo vive um momento de alta da inflação em diversos países — como reflexo de desequilíbrios na cadeia de produção combinados com um aumento do consumo devido à pandemia de covid-19.

A inflação tem batido recorde de mais de quatro décadas em países europeus, EUA e Reino Unido. Tudo tem ficado mais caro. Por isso, esses países também estão vendo os juros subirem.

No Brasil, o mais recente ciclo de alta começou em 17 de março de 2021. Desde então, a Selic subiu 12 vezes consecutivamente, de 2% para 13,75%, patamar atingido na quarta-feira (3/8). É o patamar mais alto desde 2016, quando a taxa começou o ano em 14%.

O objetivo do Copom é fazer a inflação brasileira ficar dentro da meta de inflação, que é definida pelo Banco Central. G1