O general Braga Netto, hoje ministro da Defesa, agiu para reduzir os poderes do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no início da pandemia da covid-19 no Brasil, quando ordenou que todas as declarações sobre a pandemia da Covid-19 fossem feitas dentro do Palácio Planalto. O militar avisou que qualquer nota à imprensa deveria passar pelo aval da Secom (Secretaria de Comunicação) da Presidência para ‘unificação da narrativa’, segundo aponta reportagem de Mateus Vargas, na Folha de S. Paulo. “A ordem de 23 de março de 2020 está registrada em documentos entregues pela Casa Civil à CPI da Covid no Senado. O ofício foi direcionado, à época, ao ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, no momento em que Bolsonaro e o ex-deputado federal davam orientações opostas sobre o combate à pandemia. Antes da mudança, a Saúde fazia apresentações diárias sobre a crise com membros da cúpula da pasta, que tiravam dúvidas também sobre as características da doença e as melhores formas de evitar o contato. Nessas falas, a equipe de Mandetta recomendava evitar aglomerações e reconhecia que a crise sanitária poderia ser grave”, informa o repórter. Depois disso, a história é conhecida. O governo brasileiro abraçou o negacionismo e fez do Brasil um dos países com maior número de mortes por covid-19 no mundo.