A citação do deputado federal Antonio Brito como um possível nome do PSD para a chapa majoritária do governador Rui Costa em sua candidatura à reeleição foi uma operação montada pelo presidente estadual da sigla para retirar dos holofotes o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Angelo Coronel.

 

De acordo com informações obtidas pelo Bahia Notícias, como a indicação de Coronel para o Senado na majoritária está se consolidando na agremiação, Otto resolveu lançar Brito como opção para evitar uma operação de desidratação do presidente da AL-BA, capitaneada por partidos interessados na vaga.

 

Como sabido, no grupo político do governador Rui Costa, é grande a disputa por espaço na majoritária. PT, PP, PR, PSB, PSD, PCdoB e PDT querem vagas, mas há lugar apenas para quatro. E, por enquanto, os ocupantes dos postos estão praticamente definidos. Serão dois do PT, o próprio Rui, além de Jaques Wagner para o Senado; um do PP, com João Leão candidato novamente para vice; e um do PSD, cujo nome mais cotado é Coronel.

 

Com a disputa interna e o receio de que o presidente da AL-BA passe a ser fustigado pelos outros interessados, Otto adotou a estratégia de criar, pelo menos publicamente, outra opção de candidato para o partido. Assim, tira Coronel “de tempo” um pouquinho. Em declarações públicas, o presidente da Casa também tem evitado se envolver em polêmicas.

 

Não nega que é pré-candidato ao Senado, mas diz que não vai impor sua participação no pleito à legenda. Também adota a linha de afirmar que o espaço do PSD na majoritária ainda é incerto. Tenta, com isso, afastar os “olhos gordos” dos interessados no tão almejado posto. C

 

omo a candidatura de Wagner ao Senado é dada como praticamente certa e consensual entre a maioria das legendas da base, Coronel é o elo mais fraco a ser minado, pelo menos por quem quer a Casa Alta do Congresso Nacional.