EC Vitória

O Vitória vive um 2021 conturbado dentro de fora das quatro linhas. As eliminações nas competições de mata-mata e a luta contra o rebaixamento na Série B aconteceram em paralelo a disputas políticas, investigações sobre a gestão Paulo Carneiro e trocas de comando. Em setembro, o gestor foi afastado e, após o vice-presidente Luiz Henrique Viana pedir licença do cargo, Fábio Mota, presidente do Conselho Deliberativo, assumiu a presidência do Rubro-Negro.

A discussão sobre a crise institucional do Vitória é normalmente evitada entre os jogadores do clube. A primeira declaração mais contundente sobre o cenário político aconteceu nesta semana e partiu do capitão Wallace Reis, líder do elenco rubro-negro. O zagueiro avaliou a mudança na gestão do Rubro-Negro em entrevista exclusiva para a TV Bahia no retorno da delegação após a derrota para o CRB.

“A gente conseguiu fazer um segundo turno razoável com as mudanças, e isso tem muito dedo do pessoal que chegou para mudar o que tinha que fazer”, afirmou Wallace. A primeira grande mudança que aconteceu nos corredores da Toca do Leão foi o afastamento do presidente Paulo Carneiro. Investigado por gestão temerária, ele deixou o clube no dia 2 de setembro, antes da terceira rodada do Segundo Turno da Série B.

Durante 54 dias, o Rubro-Negro foi gerido por Luiz Henrique Viana, vice-presidente de Paulo Carneiro. No fim de outubro, Viana pediu licença médica, e o cargo de presidente interino ficou sob responsabilidade de Fábio Mota, presidente do Conselho Deliberativo do Leão. A situação vai perdurar pelo menos até o início de 2022, já que a licença de Luiz Henrique Viana foi prorrogada por mais 60 dias, assim como o afastamento de Paulo Carneiro.

Para o capitão Wallace, o desempenho ruim desde o início da temporada, quando o Vitória caiu na primeira fase do Campeonato Baiano, já era um sinal de que o clube precisava passar por mudanças.

– Se for colocar os números de forma fria a analisar, a gente não conseguiu a classificação para o Campeonato Baiano, e aquilo era um grande indício de que a gente tinha que rever as coisas – analisou o defensor.

Reação

A reação citada por Wallace na segunda parte da Série B realmente aconteceu. No primeiro turno, o Vitória teve a terceira pior campanha da competição nacional, com dois triunfos, dez empates e sete derrotas que fizeram o time somar apenas 16 pontos e terminar com aproveitamento de 28%.

No segundo turno, o desempenho é de 44% até a penúltima rodada. O time triplicou o número de jogos vencidos e somou 24 pontos, com seis triunfos, seis empates e seis derrotas em 18 partidas.

A melhora, no entanto, ainda não foi suficiente para tirar o Leão da zona de rebaixamento. O Rubro-Negro chega para a última rodada da Série B na 18ª posição da tabela. A manutenção na Segunda Divisão passa por um triunfo contra o Vila Nova, no Barradão, e uma combinação de resultados em outros dois jogos.

– Agora é tentar um milagre em casa. A gente ainda tem um fio de esperança. Tentar de alguma forma levantar o ânimo do pessoal. O que nos resta é isso – finalizou Wallace.