As condições climáticas desfavoráveis e a desorientação espacial foram as principais causas da queda do avião com o ministro Teori Zavascki, do STF, em janeiro do último ano, em Paraty, no Rio. A conclusão é de um relatório da investigação promovida pela Força Aérea Brasileira, por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.

 

O documento aponta ainda que a visibilidade na região era limitada e descarta a possibilidade de falha na aeronave. Em nota, a FAB ressalta que acidentes aéreos costumam ser motivados por diversos fatores, “que, no caso do PR-SOM, foram as condições climáticas desfavoráveis ao pouso visual e a desorientação espacial, principalmente”.

 

PR-SOM é a matrícula da aeronave que caiu em Paraty no início de 2017. Além de Teori, então responsável pelas investigações da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, outras quatro pessoas morreram. “Não importa a experiência do piloto, qualquer um está suscetível à desorientação”, disse o Coronel Marcelo Moreno, investigador responsável pela investigação do Cenipa, durante a apresentação dos resultados da apuração.

 

A desorientação pode ser causada por fatores como terreno homogêneo, com carência de referências visuais, e excesso de atuação da força gravitacional (força G) sobre o piloto. A investigação indica que a visibilidade, no dia do acidente, era de apenas 1,5km, enquanto o mínimo exigido para pouso naquele local é de 5km.

 

Um levantamento da FAB aponta ainda que nos 13 acidentes aéreos que aconteceram na região nos últimos dez anos, seis estão relacionados à meteorologia. “Não houve indicações de falhas na aeronave”, reforçou o Coronel Moreno. A investigação conduzida pela Polícia Federal já descartou a possibilidade de sabotagem (veja mais).