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Se representou uma derrota fragorosa para o governador Rui Costa (PT), a vitória de Bruno Reis (DEM), para um mandato de quatro anos, como 42º prefeito da capital baiana, por outro lado, coroa a trajetória de sucesso do prefeito ACM Neto (DEM) como gestor iniciada desde que ganhou a Prefeitura de Salvador, pela primeira vez, em 2012.

De lá para cá ele se reelegeu, em 2016, com mais de 70% dos votos, e agora, num momento conturbado, marcado por uma pandemia, conseguiu viabilizar a eleição de um de seus mais importantes colaboradores e aliados políticos, produzindo, pelo menos, uma segunda liderança no grupo que passou a comandar praticamente desde a morte do avô.

A vitória de Bruno coroa também o reconhecimento ao trabalho que Neto fez desde o princípio, em alguns momentos sob muita crítica e infinita pressão, principalmente de aliados, para conter o avanço do novo coronavírus em Salvador, tarefa na qual se uniu, inclusive, ao governador, numa cooperação que foi benéfica para os dois e a cidade.

O prefeito eleito está correto quando diz que sentiu nas ruas o desejo da continuidade, confirmando, na prática, a expectativa de que Salvador faria um plebiscito sobre a administração netista na eleição que ele acaba de ganhar. Neto teve o principal mérito de fazer a melhor escolha entre seus quadros para o desafio de sucedê-lo.

Mas, antes, cuidou de prepará-lo para a posição. Seu empenho na campanha, discutindo e orientando tanto do ponto de vista político quanto estratégico, confirmou que se dedicou, do princípio ao fim, para que o resultado fosse a vitória de Bruno, porque esta seria, naturalmente, também sua.

O prefeito de Salvador deixa a disputa muito mais forte do que entrou, com uma marca de gestor na cidade, no Estado e no país que o credencia para vôos mais altos. O principal deles está logo ali na frente. Trata-se do governo do Estado, uma disputa que se increve em seu destino desde 2018, quando desistiu de enfrentá-la.

Sob um novo contexto e momento, embora ainda não seja possível prever sob que guarda-chuva do embate presidencial, daqui a dois anos, provavelmente conseguirá executá-la de maneira muito mais fácil tendo ao lado um aliado comandando a Prefeitura de Salvador, principalmente se Bruno for igualmente bem sucedido, como se espera. (Política Livre)