EC Bahia

Não foi por acaso que o Bahia fez contra o Nacional-PAR a melhor atuação da temporada, agredindo o adversário desde o início da partida para conseguir uma vitória confortável por 3 a 0, o que encaminhou a classificação para a segunda fase da Sul-Americana. Depois da eliminação precoce na Copa do Brasil e da derrota no Ba-Vi, muito pressionado no cargo, o técnico Roger Machado abriu mão do esquema 4-3-3 em prol do 4-4-2, tornando a equipe mais ofensiva.

A ideia do treinador funcionou perfeitamente. Com um quarteto ofensivo formado por Élber, Clayson, Rossi e Gilberto, o Bahia se movimentou com muita intensidade, trabalhou pelos lados e também por dentro, e abriu espaços na defesa adversária, que, por optar por uma marcação com muitos encaixes individuais, ficou exposta em diversos momentos, vide no gol marcado por Élber, originado em um lançamento de Clayson para Gilberto – havia um buraco na defesa.

“Movimentação diferente. Esses jogadores são mais móveis. Em casa, pudemos jogar assim”, afirmou Roger após a partida.

Além da movimentação do quarteto ofensivo, foi importante também a movimentação dos volantes, que não ficaram presos na defesa e apareceram bem no ataque. Flávio participou do gol de Gilberto com um passe de letra que desmontou a marcação rival, enquanto Gregore marcou um golaço em chute de fora da área.

Outra peça importante foi o atacante Élber, o principal jogador do Bahia na temporada. Acostumado a jogar pelo lado esquerdo, ele atuou mais centralizado e foi importante para ajudar a desorganizar a defesa do Nacional-PAR.

Só que esse desenho mais ofensivo, por outro lado, traz preocupações defensivas, principalmente quando o Bahia enfrentar equipes que se propõem a ficar com a bola e atacar, diferentemente do Nacional-PAR.

Mesmo contra os paraguaios, o Tricolor já apresentou deficiência no setor defensivo, tanto que Anderson salvou a equipe algumas vezes, uma delas quando a partida ainda estava empatada em 0 a 0. No segundo tempo, quando os jogadores já estavam desgastados, o time passou a recompor muito mal e passou certo sufoco. Roger Machado demonstrou essa preocupação na entrevista coletiva.

  • Precisamos aprimorar a questão defensiva para que a gente não sofra contra times que tenham mais controle de meio, porque temos quatro jogadores defensivos. A vitória alivia um pouco o peso, devolve a espontaneidade aos atletas, um pouco mais de confiança para jogar – afirmou.

A dúvida que fica, portanto, é se Roger vai manter o esquema diante do Ceará, neste sábado, pela Copa do Nordeste, ou se voltará a montar uma equipe mais equilibrada nos dois setores. A partida é fora de casa, no Castelão. Globoesporte