Foto: Camila Souza/ GOVBA

A decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de suspender, faltando cinco dias para as eleições, atos presenciais de campanha na Bahia, abriu uma crise, ainda velada, entre o órgão e o governo do Estado. O Política Livre apurou que o governador Rui Costa (PT), numa reunião com deputados, teria manifestado descontentamento com a decisão, que levou partidos aliados dele hoje cedo a criticarem a medida como “anti-democrática”.

Para partidários do governador, o ato do Tribunal poderia ter sido impecável se não tivesse incluído, no entanto, a proibição de carreatas, as quais, segundo as autoridades sanitárias, representam risco zero para a disseminação da Covid-19. Na verdade, as medidas da Justiça Eleitoral baiana teriam sido supostamente inspiradas numa nota técnica emitida pela secretaria estadual de Saúde, há um mês, em 10 de outubro, com orientações preventivas para o processo eleitoral.

No texto, há expressa recomendação pela proibição de comícios, passeatas e caminhadas, sem qualquer referência à necessidade de proibir, no entanto, as carreatas, desde que realizadas sob alguns cuidados. O que deputados governistas não entenderam é porque, ao invés de adotá-las desde aquele momento, o TRE decidiu, primeiro, que as providências ficassem com os juízes do interior, só determinando efetivamente as restrições de ontem para hoje. Por este motivo, a Procuradoria Geral do Estado já estaria estudando o ingresso, possivelmente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de um mandado de segurança contra a resolução do Tribunal baiano, disse um político governista. (Política Livre)