A cidade de Salvador é uma das candidatas a sediar a Copa do Nordeste, que deve terminar dentro de campo, pelo menos no que depender dos clubes e da Liga do Nordeste, que desenharam uma proposta para ser encaminhada à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A ideia é que a competição seja disputada em sede única para evitar viagens e dure 30 dias para as equipes que chegarem à final.

A escolha da cidade que abrigará a competição fica a cargo da entidade máxima que rege o futebol nacional. Para que os jogos sejam realizados na capital baiana, entretanto, alguns desafios precisarão ser superados. O primeiro deles, o prazo. Como a curva de contágio do coronavírus ainda não foi achatada em Salvador, a realização de eventos esportivos ainda não está no radar da prefeitura.

Em entrevista concedida nesta última quarta-feira, o prefeito ACM Neto falou sobre a possibilidade. “O protocolo liberado foi de alta segurança. Com relação à final da Copa do Nordeste, não sei se tem definição sobre a data. Se for para agora, de imediato, não cogitaria. Se for para acontecer mais adiante, com todo protocolo e segurança, a gente pode avaliar”, disse.

O protocolo ao qual Neto se refere diz respeito à liberação dos clubes de Salvador para a retomada dos treinos – o Bahia participou da negociação, porém seu centro de treinamentos não está localizado na capital. A dupla Ba-Vi voltou às atividades respeitando uma série de restrições, entre elas o distanciamento entre os atletas e a proibição de trabalhos em ambientes fechados, como as academias.

Na avaliação do prefeito, é possível pensar na realização dos jogos em Salvador, desde que a data pensada para o retorno respeite o afrouxamento das medidas de segurança pensado pela prefeitura.

– Não quero dar uma resposta por não ter discutido com os clubes. O calendário do futebol brasileiro precisará respeitar o que federações e CBF decidirem e os limites impostos pela cidade. Se Salvador não permitir jogos, não vai poder ter competição aqui. Não tenho como responder agora – disse.

Salvador registra quase 55% dos casos de coronavírus confirmados na Bahia, o que representa mais de 21 mil pessoas infectadas pelo vírus. Ao todo, 775 pacientes morreram por causa da Covid-19 na capital.

Não menos importante, há outro ponto que precisa ser considerado, só que este de responsabilidade do Governo do Estado. A Arena Fonte Nova, principal praça esportiva da Bahia, abriga em suas dependências um hospital de campanha para pacientes infectados pelo coronavírus. Em nota, a concessionária que administra o estádio afirmou que, caso seja consultada, entrará em contato com as autoridades em saúde pública para deliberar sobre o assunto.

– Assim que formos consultados formalmente sobre a possibilidade da realização de jogos sem público durante o funcionamento do Hospital de Campanha, entraremos em contato com os órgãos oficiais de saúde para avaliarmos esta possibilidade. Seguimos no nosso foco de apoio a salvar vidas e reativação da economia da Bahia – afirmou. A Fonte Nova informou ainda que, em relação à logística, o equipamento tem condições de sediar os jogos.

– A Arena Fonte Nova está em perfeitas condições de manutenção para sediar jogos e possui logística operacional diferenciada para receber atividades diversas ao mesmo tempo – disse. A Fonte Nova, inclusive, aproveitou a paralisação dos jogos para investir na manutenção do gramado do estádio.

Quando a Copa do Nordeste foi paralisada por causa da pandemia do coronavírus, faltava apenas uma rodada da fase de classificação para ser disputada. Em seguida, era mata-mata. O Bahia liderava ao lado do Fortaleza o Grupo A, ambos com 14 pontos, enquanto o Vitória ocupava a vice-liderança do Grupo B, com 13. Globoesporte